Fabíola Salani - Folha de São Paulo
O preço estampado na vitrine é R$ 49,99. A sensação para o consumidor é
que não custa nem "50 reais". Mas, pagando com uma nota de R$ 50,
dificilmente a pessoa recebe (ou espera) o troco.
Apesar de o Banco Central ter parado de fabricar as moedas de R$ 0,01 em
2004, o que dificulta o troco de valores quebrados, muitas lojas ainda
adotam preços que terminam em R$ 0,9.
"É uma estratégia de marketing. A loja não põe o preço cheio para criar o
efeito psicológico no consumidor, que vê R$ 49,99 e tem a sensação de
que não é R$ 50", afirma a advogada Maria Inês Dolci, coordenadora
institucional da Pro Teste (Associação Brasileira de Defesa do
Consumidor).
O Banco Central afirma que o real adota um padrão monetário centesimal e
os empresários e comerciantes são livres para cotar seus preços. A
informação oficial é que existem 3 bilhões de moedas de R$ 0,01 em
circulação.
Mas é bem difícil receber uma de troco ou encontrar quem a tenha.
Segundo a advogada, se não tem o R$ 0,01 para dar de troco, a loja precisa arredondar o preço para baixo.
A Fecomercio-SP informa que recomenda aos associados que adotem preços que possibilitem restituir o troco.
Alguns preços acabam quebrados devido à forma como o produto é
comercializado. É o caso das mercadorias vendidas por peso. Também há
fabricantes que colocam nas embalagens um preço sugerido quebrado, o que
pode causar atrito entre comerciante e consumidor final.
Ao fim, o importante é exigir o troco. Você pode ser surpreendido.
Durante esta reportagem, a Folha pediu –e recebeu– R$ 0,01 de troco.
EXTRAÍDADOBLOGROTA2014
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