Folha de São Paulo por Bernardo Mello Franco (onde mais Sibá seria 'líder'...)
O destempero, que contribuiu para a tensão de ontem no gramado em frente
ao Congresso, não surpreende quem conhece o personagem. Sibá é o
deputado que sugeriu que a CIA estava por trás das manifestações contra o
governo. A fala o transformou em motivo de chacota, no momento em que o
Planalto tentava dar uma resposta séria aos protestos de rua.
Valente para ameaçar manifestantes, o petista costuma se encolher diante
de Eduardo Cunha. Em março, disse que não havia "nenhuma razão" para o
peemedebista ser investigado na Lava Jato. Neste mês, após a divulgação
das contas na Suíça, insistiu que não via "nada de contundente" contra o
presidente da Câmara. Acrescentou que o eventual afastamento dele era
uma "questão de foro íntimo". Como Cunha não quer sair, está tudo bem
para Sibá.
Quando não diz bobagens, o petista parece estar no mundo da lua. Em
setembro, ele sumiu de Brasília no momento em que Dilma começava a
enfrentar a ameaça de impeachment. Foi descoberto em passeio oficial
pelos Estados Unidos, para irritação de seus colegas de bancada.
A abulia de Sibá virou um constrangimento para o PT e a maioria dos 62
deputados da sigla. Os mais experientes chegaram a discutir sua
destituição da liderança, por falta de condições para exercê-la.
Optou-se por uma intervenção branca. O deputado passou a falar só o
obrigatório, e os vice-líderes montaram um rodízio para substituí-lo na
tribuna.
Esvaziado, Sibá agora preocupa menos porque se transformou num líder que
não lidera. Por este ponto de vista, ele parece o homem certo para
representar Dilma na Câmara.
extraídaderota2014blogspot
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