por Mary Zaidan Com Blog do Noblat - O Globo
Após a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e a divulgação das
gravações que não deixam dúvidas quanto às ações criminosas do líder do
governo no Senado, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, fez publicar
nota oficial na qual, como de costume, dá mais um tiro no pé.
Falcão revela sua perplexidade diante dos fatos que "ensejaram a decisão
do Supremo Tribunal Federal (STF) de ordenar a prisão do senador",
enumerando explicações e providências.
A primeira delas - "Nenhuma das tratativas atribuídas ao senador têm
qualquer relação com sua atividade partidária, seja como parlamentar ou
como simples filiado" - é um primor. Na pressa de formalizar
distanciamento de Delcídio, o presidente do PT acaba por confessar e
assumir que as "tratativas" dos demais petistas presos e condenados -
Dirceu, Vaccari e companhia - tinham relação com a atividade partidária.
A cumplicidade com os bandidos de estimação se complementa com o segundo
item da nota: "Por isso mesmo, o PT não se julga obrigado a qualquer
gesto de solidariedade". Ou seja, Delcídio, ao contrário dos demais, não
pode frequentar o painel dos "heróis do povo brasileiro".
Por fim, Falcão afirma que convocará, "em curto espaço de tempo, reunião
da Comissão Executiva Nacional para adotar medidas que a direção
partidária julgar cabíveis". Algo que só foi feito - e depois desfeito -
com o tesoureiro Delúbio Soares, quando o PT ainda não tinha adotado a
tangente, ditada por Lula, de que o mensalão não existiu.
Como bem disse a ministra Cármen Lúcia, "a desfaçatez venceu o cinismo".
extraídaderota2014blogspot
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