por Ricardo Bergamini.
A Enciclopédia foi “um quadro geral dos esforços do intelecto humano em todos os gêneros e em todos os séculos”. Era um resumo ordenado e sistemático, disposto em ordem alfabética, da forma de um dicionário.
A Enciclopédia foi redigida por uma sociedade de filósofos e economistas – os chamados “enciclopedistas” – dirigidos pelo filósofo Diderot (1713-1784) e pelo matemático D’Alembert (1717-1783).
Diderot e seus colegas desenvolveram, nas páginas da Enciclopédia, um fervoroso programa de reivindicações sociais e políticas. Reinava na França, nesse tempo, um espírito policial de intolerância. Assim, pois, os enciclopedistas evitaram a propaganda aberta dos seus ideais libertários. Introduziram sorrateiramente as suas idéias nos verbetes de menor significação política, a fim de iludir a vigilância da censura.
Colaboraram na Enciclopédia, entre outros: Voltaire, Rousseau, Quesnay, Necker, Torgot, Buffon, Condorcet, Helvetius, Holbach.
A Enciclopédia foi editada com dificuldades. Duas vezes foi proibida. Ficou suspensa durante oito anos. Começada em 1751, foi concluída em 1772. Constava de 35 volumes.
Idéias diretrizes que difundiu e popularizou:
- Liberdade individual;
- Liberdade de pensar, escrever e publicar;
- Liberdade comercial e industrial;
- Guerra às idéias religiosas, consideradas um obstáculo para a liberdade;
- Guerra ao absolutismo político.
A Enciclopédia foi um dos mais importantes fatores dentre os que contribuíram para a eclosão da Revolução Francesa. As novas idéias difundiram-se, não só na Europa – mas em toda a América.
Apesar da rigorosa censura, as obras e os autores proibidos (a “Enciclopédia”, Monstesquieu. Voltaire, Rousseau) foram entrando clandestinamente nas colônias espanholas.
A influência também se exerceu no Brasil. Manifestou-se claramente na Inconfidência Mineira (1789). “Excluídos os antecedentes históricos da colônia – escreve João Ribeiro – os primeiros germes da revolução seriam trazidos pela cultura universitária européia, onde os princípios de Montesquieu, Rousseau e Voltaire eram o alimento comum da mocidade. Os brasileiros numerosos que seguiam carreiras científicas e literárias estudavam na França ou em Portugal e não podiam ser insensíveis a esse movimento irresistível das novas teorias”.
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