Marta Beck - O Globo
— Existe uma pressão nesse sentido (de aumentar os combustíveis) — disse ao GLOBO um interlocutor do Planalto.
A ideia, entretanto, não tem aval da equipe econômica. Um dos motivos é
que um novo aumento dos combustíveis teria impacto na inflação, que este
ano deve fechar em dois dígitos — 10,33%, segundo a última estimativa
da pesquisa Focus, do Banco Central (BC) — e em 2016 já supera o teto da
meta, de 6,5%, de acordo com a mesma pesquisa.
Em setembro, a Petrobras reajustou os preços de venda da gasolina em 6% e
do diesel em 4% nas refinarias. Os aumentos foram repassados aos
consumidores, em muitos casos, em percentuais acima do reajuste dos
combustíveis na refinaria, pois muitos postos de gasolina aproveitaram
para recompor margens de lucro.
Mesmo com o reajuste, a Petrobras continua com sérias dificuldades de
caixa e os técnicos do governo reconhecem que a empresa precisa melhorar
sua situação financeira.
Uma alternativa que chegou a ser colocada pelo presidente da estatal,
Aldemir Bendine, e pelo diretor financeiro da empresa, Ivan Monteiro, a
integrantes do governo foi um aporte do Tesouro Nacional por meio de um
instrumento híbrido de capital e dívida (IHCD). A proposta foi rechaçada
pelo Tesouro, pois aumentaria a dívida bruta da União. E poderia ser
vista como uma manobra semelhante às utilizadas nos tempos do
ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Para a equipe econômica, a melhor alternativa seria a estatal colocar em
prática imediatamente seu plano de venda de ativos. O plano é estimado
em US$ 15,1 bilhões para 2015 e 2016. E inclui, por exemplo, a venda de
parte da BR Distribuidora e de outros ativos. A estatal já vendeu parte
da Gaspetro.
extraídaderota2014blogspot
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