editorial do Estadão
O Brasil caiu do 38.º lugar, em 2010, para o 56.º lugar, neste ano, no
ranking de Competitividade Mundial 2015 do International Institute for
Management Development (IMD), escola suíça de negócios, e da Fundação
Dom Cabral (FDC), que faz a pesquisa no País. A perda de posição revela
os efeitos perversos da política econômica do período Dilma Rousseff,
além dos maus resultados nos quesitos eficiência do governo, eficiência
empresarial e infraestrutura.
O rebaixamento no ranking foi mais forte entre 2010 e 2011 (do 38.º para
o 44.º lugar), mas prosseguiu sem interrupção em 2012 (46.º), 2013
(51.º), 2014 (54.º) e 2015. Neste ano, entre os 61 países pesquisados, o
Brasil ficou à frente apenas da Mongólia, da Croácia, da Argentina, da
Ucrânia e da Venezuela, mas atrás da Bulgária, do Peru, da África do Sul
e da Jordânia, por exemplo.
Ficou em má companhia, portanto, haja vista sua posição próxima de
países às voltas com graves crises econômicas e políticas. “Abaixo estão
países com uma situação muito mais dramática que a do Brasil”, disse um
professor do IMD, Carlos Primo Braga. “Comparar o Brasil com a Ucrânia é
brincadeira.”
São quatro os pilares analisados pelo IMD. No desempenho da economia,
estagnação, dificuldades fiscais e inflação alta determinaram a má
avaliação. Mas o País também perdeu posições pelo critério do emprego
(do 6.º para o 21.º lugar) e da inserção no comércio global.
Pelo critério eficiência do governo, o País está no 60.º lugar, acima
apenas da Argentina. É um dos “piores lugares do mundo para se fazer
negócio”, segundo Carlos Arruda, da FDC. O problema mais agudo é
corrupção e falta de transparência do governo. “No quesito subornos e
corrupção, o Brasil figura vergonhosamente na última posição entre os
países analisados”, diz o estudo.
Também houve perda de eficiência empresarial – o País perdeu 24 posições
em quatro anos e chegou ao 51.º lugar, em especial, pela falta de
investimentos em inovação.
Afinal, a precariedade da infraestrutura, crescente desde 2012, relegou o
País à 54.ª posição no ranking, agravada pela crise hídrica e o risco
de racionamento de energia.
A posição do Brasil no ranking do IMD não chega a surpreender, dada a
vultosa carga tributária e a ineficiência das políticas de concessão e
dos investimentos em educação – estes aumentaram de 5% do PIB para 5,8%
do PIB em 2014, sem maiores efeitos na qualidade da mão de obra e na
educação fundamental.
extraídaderota2014blogspot
0 comments:
Postar um comentário