Cátia Seabra - Folha de São Paulo
Tendência integrada pelo secretário-geral da Presidência, Miguel
Rossetto, a DS (Democracia Socialista) apresentou, nesta quarta-feira,
documento com severas críticas à política econômica e à nomeação de
Joaquim Levy no Ministério da Fazenda.
O texto faz uma avaliação do 5º congresso nacional do partido, realizado
há duas semanas em Salvador, afirmando que seu resultado deve ser
entendido como um "recuo que imobiliza o governo e arrasta o partido
consigo".
Sua divulgação coincide com o momento em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva expõe suas críticas ao governo e ao PT.
Segundo o documento, "a indicação de Levy e a adoção de uma política
conservadora e recessiva na economia seriam uma forma de absorver a
pressão neoliberal".
"Nesta estratégia de recuo, o partido deve ser fundamentalmente um
apoiador institucional incondicional das diretrizes recessivas (e
corrosivas da legitimidade do programa de outubro) do governo e um
fiador subserviente da principalidade da aliança com o PMDB".
Em seu 5° congresso, o PT manifestou apoio ao ajuste fiscal e rejeitou a
proposta de convocação de uma constituinte partidária para troca do
comando do PT.
Apesar da aliança com a "Mensagem" –que é a segunda maior força do PT– a
DS foi derrotada na Bahia. Agora, com a elaboração do documento, ela
tenta reeditar essa parceria e o movimento pela realização de uma
conferência, a "Muda PT!".
O texto está sendo submetido aos dirigentes da "Mensagem" para a redação de um documento conjunto.
Apontada como mais leve, a Mensagem ainda não bateu martelo sobre a adesão integral à essa versão.
Secretário Nacional de Formação Política do PT, Carlos Henrique Árabe
cita as recentes declarações em defesa de sua proposta: "Nós defendemos a
renovação do PT. Lula é ainda mais ousado. Lula quer uma revolução",
justifica Árabe.
O documento afirma que o recuo impede que se acumule forças para sair
"do altíssimo patamar de impopularidade". Segundo Árabe, o texto foi
previamente apresentado a Rossetto, apontado como um dos mais íntimos
aliados de Dilma na Esplanada dos Ministério.
Procurado por intermédio de sua assessoria, Rossetto não se manifestou até o fim desta edição.
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