CARLOS BRICKMANN
Lula definitivamente não é bobo. Sabe que tudo o que diz nessas reuniões será divulgado. Ou seja, falou para que todos saibam, mas numa situação em que pode dizer que não foi bem assim. Mostra sua insatisfação com o PT e o governo, busca livrar-se da má imagem do partido e da presidente que elegeu, mas sem rupturas. Quer ter as vantagens de ambos os lados.
O nome do jogo
Lula é um político hábil e executa bem seu jogo. Só se equivoca ao dizer que o PT perdeu a utopia. Utopia não é sinônimo de pudor.
O apelido do jogador
É um erro atribuir o apelido Brahma, pelo qual Lula era conhecido por alguns empreiteiros, a eventuais hábitos pessoais. É Brahma por ser o Número 1.
O que, a propósito, considerando-se o momento, é muito mais comprometedor.
Dançando quadrilha
Esta semana deve ser de tranquilidade na Câmara (e, por extensão, no Senado). O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, do PMDB do Rio, liberou os parlamentares do Nordeste do registro de presença em dois dias desta semana, terça e quarta, para que possam comemorar São João condignamente em seus Estados. Traduzindo, não haverá parlamentares do Nordeste no Congresso em nenhum dia da semana. E a probabilidade de haver sessões é baixíssima.
Não são todos iguais perante a lei? Então, todos igualmente gazeteiam.
Questão de caráter
A jornalista Cora Rónai, viúva de Millôr Fernandes, conta uma história exemplar, um ótimo exemplo para situações como as de hoje. Certa vez, ela e Millôr passaram o fim de semana em Salvador, num ótimo hotel. Na saída, o hotel informou a Millôr que ele não precisaria pagar nada, porque a Odebrecht tinha acertado tudo, em cortesia. Millôr, rápido, recusou com a mesma cortesia: “Sinto muito, não posso aceitar. Nós viemos pela Mendes Jr”.
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