REINALDO AZEVEDO.
“Não vamos
pagar a conta do PT.” Esse é o mote de uma manifestação marcada para o
dia 16 de agosto, um domingo, por grupos que se opõem ao partido e ao
governo Dilma. Na liderança do novo protesto, estão o Movimento Brasil
Livre (MBL), o Vem Pra Rua e o Revoltados Online.
À Folha, disse
Rogério Chequer, do Vem Pra Rua: “A conta dos últimos 12 anos das
políticas de irresponsabilidade fiscal do PT chegou agora na forma de
recessão, juros altos e desemprego, principalmente entre as pessoas de
menor poder aquisitivo”.
Ótimo! É bom
saber que há pessoas indo para as ruas cobrando responsabilidade fiscal
do governo, coisa que as esquerdas consideram, como é mesmo?,
“reacionária, conservadora e de direita”.
“Nós, do
MBL, vamos continuar pedindo o impeachment, e cada movimento tem as suas
questões específicas. O nosso principal ponto em comum é que o ajuste
fiscal está sendo pago pela população. Esse governo não foi capaz de
cortar nem um ministério sequer”, afirma Kim Kataguiri, do Movimento
Brasil Livre.
Todos
concordam que responsabilidade fiscal é, sim, necessária, mas Chequer
lembra que o ajuste em curso não trouxe redução de gasto público. E não
trouxe mesmo. Ao contrário, depois do contingenciamento do Orçamento, os
gastos previstos para este ano são superiores aos do ano passado.
Ainda faltam
sete semanas para o protesto. Dá tempo de organizar a coisa com calma.
No período, os indicadores da economia tendem a piorar. Combustível
econômico para reunir milhares de pessoas não vai faltar. Como não
faltará o combustível político. A Operação Lava Jato continuará a
atazanar a vida de Dilma e do PT. E o prestígio de ambos nunca foi tão
baixo.
Segundo
pesquisa Datafolha, 65% consideram o governo ruim ou péssimo, e só 10% o
veem como bom ou ótimo. O PT, que já chegou a ser o partido preferido
de 29% dos brasileiros, amarga hoje inéditos 11%. O desemprego cresce
como consequência da recessão, os juros na estratosfera fazem o
brasileiro consumir menos e elevam a inadimplência. Nesse quadro, a
inflação, ao menos, poderia estar comportada, mas não está.
Durante duas
ou três semanas, o governo viveu a ilusão de que a crise daria uma
arrefecida. Mas os péssimos indicadores da economia realimentaram o mau
humor do brasileiro — que, no caso, mau humor não é, mas apenas senso de
realidade.
EXTRAÍDADOBLOGDEREINALDOAZEVEDOVEJA
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