Jornalista Andrade Junior

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Vem aí o 16 de agosto! E, de novo, felizmente, a pauta é democrática, não de esquerda

REINALDO AZEVEDO.

“Não vamos pagar a conta do PT.” Esse é o mote de uma manifestação marcada para o dia 16 de agosto, um domingo, por grupos que se opõem ao partido e ao governo Dilma. Na liderança do novo protesto, estão o Movimento Brasil Livre (MBL), o Vem Pra Rua e o Revoltados Online.
À Folha, disse Rogério Chequer, do Vem Pra Rua: “A conta dos últimos 12 anos das políticas de irresponsabilidade fiscal do PT chegou agora na forma de recessão, juros altos e desemprego, principalmente entre as pessoas de menor poder aquisitivo”.
Ótimo! É bom saber que há pessoas indo para as ruas cobrando responsabilidade fiscal do governo, coisa que as esquerdas consideram, como é mesmo?, “reacionária, conservadora e de direita”.
“Nós, do MBL, vamos continuar pedindo o impeachment, e cada movimento tem as suas questões específicas. O nosso principal ponto em comum é que o ajuste fiscal está sendo pago pela população. Esse governo não foi capaz de cortar nem um ministério sequer”, afirma Kim Kataguiri, do Movimento Brasil Livre.
Todos concordam que responsabilidade fiscal é, sim, necessária, mas Chequer lembra que o ajuste em curso não trouxe redução de gasto público. E não trouxe mesmo. Ao contrário, depois do contingenciamento do Orçamento, os gastos previstos para este ano são superiores aos do ano passado.
Ainda faltam sete semanas para o protesto. Dá tempo de organizar a coisa com calma. No período, os indicadores da economia tendem a piorar. Combustível econômico para reunir milhares de pessoas não vai faltar. Como não faltará o combustível político. A Operação Lava Jato continuará a atazanar a vida de Dilma e do PT. E o prestígio de ambos nunca foi tão baixo.
Segundo pesquisa Datafolha, 65% consideram o governo ruim ou péssimo, e só 10% o veem como bom ou ótimo. O PT, que já chegou a ser o partido preferido de 29% dos brasileiros, amarga hoje inéditos 11%. O desemprego cresce como consequência da recessão, os juros na estratosfera fazem o brasileiro consumir menos e elevam a inadimplência. Nesse quadro, a inflação, ao menos, poderia estar comportada, mas não está.
Durante duas ou três semanas, o governo viveu a ilusão de que a crise daria uma arrefecida. Mas os péssimos indicadores da economia realimentaram o mau humor do brasileiro — que, no caso, mau humor não é, mas apenas senso de realidade.








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