Reinaldo
Azevedo
Pouca gente se lembra, mas Joaquim Barbosa, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, transformado pelo PT no belzebu do Brasil, já foi um queridinho do partido. Lula se orgulhava de ter nomeado “o primeiro negro para a corte suprema do país”, o que, além de falso, era um tanto malandro. Antes de Barbosa, dois negros já haviam chegado à corte: Pedro Lessa, entre 1907 e 1921, e Hermenegildo de Barros, entre 1917 e 1931. Lula, como sempre, inaugurava o já inaugurado. O PT insistia na cor da pele de Barbosa porque esperava contar com um ministro grato que lhe fizesse todas as vontades. Quebrou a cara, e o herói de antes virou um desafeto.
Na
edição desta semana, leiam, VEJA traz uma reportagem de Daniel Pereira e Robson
Bonin demonstrando que o alvo da vez do partido é o juiz Sérgio Moro, que cuida
do caso do petrolão, seguramente mais grave do que o mensalão, de quem já tomou
o lugar de maior escândalo da história republicana. A artilharia contra Moro já
está preparada.
À
VEJA, disse um dos advogados dos acusados: “Já foram reunidas provas
irrefutáveis de corrupção, e não temos mais como discutir o mérito. Nossa
estratégia agora é encontrar falhas graves na condução do processo e tentar
desqualificar o juiz”.
Antonio
Carlos de Almeida Castro, o Kakay, notório advogado de mensaleiros e agora de
acusados de participar da corrupção na Petrobras, disse que Moro tinha virado
“o grande eleitor da sucessão de 2014″. Os defensores dos corruptos pretendem
denunciar o juiz ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão responsável por
analisar a conduta de magistrados. “Vão alegar, informa VEJA, que ele promoveu
um vazamento seletivo de um processo em curso na Justiça Federal e esperam
contar com a simpatia pela causa da corregedora do CNJ, a ministra Nancy Andrighi.
A ideia é conseguir o afastamento de Moro das ações relacionadas ao caso”. Vale
lembrar: Dilma Rousseff, candidata à reeleição e agora reeleita, fez a mesma
acusação.
A
tropa de advogados pretende ainda buscar a anulação das delações premiadas de Paulo
Roberto Costa e Alberto Youssef, ainda a ser homologada, alegando que eles
foram coagidos por Moro, que teria ameaçado prender familiares de ambos.
Informa
ainda a revista: “Em outra frente, os advogados estudam a possibilidade de
pedir a transferência das investigações para o Rio de Janeiro, onde fica a sede
da Petrobras, o foco dos maiores desvios em apuração. Com a mudança de foro,
aumentariam suas chances de neutralizar os delegados da Polícia Federal e os
procuradores que fazem as investigações. “Sem o trabalho deles, esse processo
dificilmente chegará ao fim a contento”, diz uma das autoridades que trabalham
no caso.
Vão
parar por aí? Não! Um dos advogados afirma: “Também vamos levantar coisas da
vida pessoal do juiz”. Informa VEJA: “A orientação é para verificar a evolução
patrimonial dele e de seus familiares, além das relações políticas que
eventualmente tenham”.
Os
companheiros, em suma, vão recorrer ao método de sempre: pôr para funcionar a
sua máquina de enlamear reputações e contar com a rede suja na Internet e na
subimprensa, financiada por estatais, para tentar desmoralizar o juiz e melar a
investigação.
Leiam
a reportagem da VEJA que está nas bancas. O inimigo nº 1 do PT no momento
chama-se Sérgio Moro, um juiz que tem o defeito, até onde todo mundo sabe, de
ser incorruptível. Não serve para os “companheiros”.
Por
Reinaldo Azevedo
extraídadediplomatizzando.blogspot
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