Carlos Newton
No Ministério do Esporte surgiram as primeiras acusações de corrupção, mas no governo Lula ninguém se preocupava com isso. Na época, o PT e seus aliados viviam em lua-de-mel com o poder, num estado de êxtase absoluto, em que a impunidade era considerada absoluta e ainda nem se sonhava com o surgimento do escândalo do mensalão. Por isso, Queiroz não se incomodava em dar demonstrações claras de enriquecimento ilícito e até comprou uma luxuosa mansão às margens do Lago Paranoá, em Brasília.
Queiroz estava sem mandato, Lula gostava dele e, como prêmio de consolação, em outubro de 2007 o nomeou diretor da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Oportunisticamente, Queiroz então abandonou o PCdoB para se filiar ao PT, já acertado para ser o candidato do partido na eleição do governo do Distrito Federal, em 2010.
MAIS ACUSAÇÕES
Na Anvisa, surgiram novas denúncias de corrupção, mas Queiroz teve apoio decisivo de Lula e conseguiu se eleger governador do Distrito Federal no primeiro turno, com mais de 60% dos votos. Era uma esperança de renovação da política de Brasília, dominada por Joaquim Roriz, José Roberto Arruda, Paulo Octavio, Luiz Estevão e outros personagens de igual teor. Mas seu fracasso administrativo foi impressionante, levando a cabo a pior gestão da História de Brasília.
Além de quebrar as finanças (o que já seria de se esperar, diante do currículo que ostenta), o governador petista deixou Brasília em situação de caos absoluto, com todos os serviços públicos em estado de penúria, e foi descansar em Miami, de onde monitora o andamento do inquérito a que responde no Supremo Tribunal Federal por favorecimento de um laboratório farmacêutico no período em que esteve à frente da Anvisa.
A imprensa de Brasília, é claro, está devassando a gestão de Agnelo Queiroz, mostrando que realmente houve um verdadeiro festival de corrupção. Esta semana, reportagem de Matheus Teixeira e Isa Stacciarini, no Correio Braziliense, sobre a chamada “Farra dos Cachês”, revelou o espantoso resultado de uma auditoria da Controladoria-Geral do DF, que aponta múltiplas irregularidades em contratos para a realização de eventos musicais.
Entre 2011 e 2013, do total de R$ 221 milhões empenhados no pagamento de shows, foram constatados problemas em pelo menos 456 contratos. São pagamentos superfaturados, contratação via empresa inexistente e direcionamento de projeto de convocação.
Bem, as investigações sobre Agnelo Queiroz mal começaram, vem muito mais coisa por aí. Para o PT, porém (como costuma dizer a presidente Dilma Rousseff), são apenas malfeitos…
fonte tribunadainternet
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