Jornalista Andrade Junior

domingo, 15 de fevereiro de 2015

O COLARINHO BRANCO

Por LÚCIO FLÁVIO PINTO - Via blog do autor - 


Pela segunda vez, Teori Zavarski se recusou a mandar prender o ex-diretor de serviços da Petrobrás, Renato Duque, um dos principais envolvidos no escândalo revelado pela Operação Lava-Jato. O argumento do ministro, acompanhado por dois dos seus colegas de turma no Supremo Tribunal Federal, é de que o procurador geral da república, autor do pedido de prisão, não demonstrou “qualquer movimento do investigado que comprove sua intenção de deixar o país para prejudicar as investigações”.
O fato de o ex-diretor ter aberto contas no exterior “não indica risco de fuga”, no entendimento de Zavarski.
Além disso, o ministro sustentou que “um suspeito ainda não acusado formalmente da prática de um crime não pode ser preso, a não ser em casos excepcionais”.
A autoridade pode adotar medidas preventivas, como recolher o passaporte do suspeito, proibi-lo de mudar de endereço e de deixar o país. Essas providências já foram adotadas em relação a Duque, apontado como um dos agentes da Petrobrás que recebia propinas dos empreiteiros em nome do PT. Dentre os envolvidos nas fraudes, ele foi o que menos tempo permaneceu preso na Polícia Federal, em Curitiba: menos de três semanas. Foi solto por ordem do Supremo.
O banqueiro Salvatore Cacciola, acusado de crimes financeiros, se enquadrava em todas as situações aplicadas a Duque e fugiu do país depois que o STF o manteve livre. Para evitar mais uma incômoda coincidência em favor de criminosos de colarinho branco, talvez fosse recomendável que o diretor da Petrobrás passasse a usar tornozeleira eletrônica.
Assim, o país, assaltado pelo “cartel da Petrobrás”, poderá evitar que Duque se incorpore ao turismo dourado dos que remetem dólares do Brasil para o exterior – e depois vão atrás do dinheiro.

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