FÁBIO FABRINI O ESTADÃO
Apontado como integrante de um esquema de "disque-propina" que
envolveria pagamentos a políticos, Rafael Ângulo Lopes, um dos aliados
do doleiro Alberto Youssef, fechou acordo de delação premiada com o
Ministério Público Federal (MPF) e deve começar a depor formalmente nos
próximos dias.
Ângulo é investigado por transportar dinheiro para o doleiro, fazendo
entregas a clientes VIP em domicílio. De acordo com integrantes da
força-tarefa responsável pela Operação Lava Jato, os depoimentos devem
ser enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF), por envolver políticos
com foro privilegiado.
Por ora, ao menos 12 pessoas já aceitaram colaborar com as
investigações. A rotina dos integrantes da força-tarefa envolve
conversas semanais com advogados, que sondam as possibilidades de firmar
acordo de delação premiada, em troca de redução de pena. As negociações
com Ângulo visando à colaboração ocorrem há pelo menos um mês. Segundo a
contadora Meire Poza, uma das testemunhas da Lava Jato, ele era o
responsável pela "vida financeira"de Youssef, tendo conhecimento de
pagamentos feitos dentro e fora do País, além de viagens.
Reportagem da revista "Veja", publicada no fim de semana, diz que Ângulo
viajava pelo País em voos comerciais, com cédulas amarradas ao corpo,
fazendo entregas. Segundo a revista, ele teria feito "delivery" para a
ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB), o senador Fernando
Collor (PTB-AL), o deputado cassado André Vargas (sem partido, ex-PT), o
deputado Luiz Argolo (SDD-BA), e o ex-ministro das Cidades Mário
Negromonte (PP-BA). Todos eles negam. A defesa de Ângulo não foi
localizada nessa terça-feira, 17.
FONTE ROTA2014
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