- PAULO GUEDES
A roubalheira na Petrobras é a conexão entre sua banda podre, saqueadores privados e criaturas do pântano da " velha política"
A presidente da República reafirma sua confiança na presidente da Petrobras. Dilma Rousseff acredita que Graça Foster não participou nem mesmo tinha conhecimento da bilionária roubalheira que se instalou na estatal, destruindo a credibilidade e o valor de mercado da companhia. A oposição diz que Dilma mantém Graça no cargo como sua própria linha de defesa, para que a culpa pelos colossais desvios de recursos ou mesmo pela omissão em coibi-los não transborde para o Palácio do Planalto. Afinal, como presidente do Conselho de Administração da empresa, ministra de Minas e Energia e depois presidente da República, Dilma precisaria de um dique de contenção contra o escândalo.
A empatia, a boa-fé e principalmente o acaso tornaram essa defesa de Graça por Dilma um episódio compreensível para mim. É que Almir Barbassa, diretor financeiro da Petrobras, foi meu colega da turma de mestrado em Economia. Dificilmente poderia Dilma fazer de Graça como pessoa uma melhor avaliação do que fiz de Barbassa à época. Apesar de nossa convivência de menos de dois anos e de não termos mais nos encontrado, acredito ainda em minha avaliação quanto à sua boa índole. Se não forem desonestos, Dilma Rousseff, Graça Foster e Almir Barbassa estariam desinformados e seriam, portanto, despreparados para o cumprimento de suas responsabilidades? Teriam sido enganados por uma conspiração entre a banda podre da estatal, grupos de saqueadores privados e as criaturas do pântano da "velha política"?
"Esses fenômenos não são
acidentais. Há um enorme abismo moral entre regimes estatizados e uma
sociedade aberta. Agindo em nome de um grupo com nobres ideais, os mais
inescrupulosos se libertam das restrições morais e chegam ao topo, pois
os fins justificam os meios. Como é o líder supremo que estabelece os
fins, seus instrumentos não devem exercer suas próprias convicções
morais. Precisam estar, acima de tudo, incondicionalmente comprometidos
com a figura do líder. Seus auxiliares devem ser literalmente capazes de
tudo, sem quaisquer ideias sobre certo e errado. É o fim da verdade e a
destruição da moral", registrava Friedrich von Hayek, em seu clássico
"O caminho da servidão" (1944), dedicado com muita compreensão e sem
ironia "aos socialistas de todos os partidos".
fonte avarandablogspot
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