Antonio Fallavena
Quando um governante assume e não se preocupa em apurar as irregularidades da administração anterior, mesmo antes de iniciar seu trabalho já está no caminho da omissão. Inimigos durante as campanhas eleitorais, companheiros de classe política uma vida inteira, deixam de apresentar as falhas dos outros para que, amanhã, também não apresentem as suas. É a força da corporação: o famoso espírito de corpo.
Cuidemos de suas atitudes. Afinal, não deveria ser praxe, eticamente correto e necessário à valorização da classe política que fossem buscados os responsáveis pela situação financeira dos estados? Jogando para baixo da mesa ou do tapete os erros dos antecessores, jamais teremos responsabilizados aqueles que brincaram de administrar nosso patrimônio.
E isto vale para todos. Vamos ficar de olho. Isto é cidadania pura e não a que andam distribuindo como bala de goma no dia da criança.
SISTEMA DE FISCALIZAÇÃO
Cada vez mais me convenço: antes da reforma política, tão cantada e decantada, é preciso criar um sistema de fiscalização fora das mãos dos três Poderes.
Estão brincando com nosso patrimônio e com a nossa cara. O que estão fazendo com os caixas das estatais já sabemos. Agora é preciso que também se saiba o que fazem os órgãos fiscalizadores internos e externos.
Sempre que vejo um negócio assim, lembro-me do Conselho de Administração da Petrobras. Alguns mal intencionados teimam e continuam dizendo que o Conselho não tinha responsabilidade em irregularidades como a negociata da refinaria de Pasadena . Bem, se não tinha, existia para o quê? Para distribuir altos salários aos seus integrantes?
A maioria dos conselheiros que já saíram, participantes especiais no teatro e na farsa da compra da Pasadena, não sabiam o que estavam fazendo?
NINGUÉM SABIA DE NADA
A irresponsabilidade está espalhada por todos os lados. Quem autoriza não sabia. Quem comprou se apoiou na decisão dos que não sabiam. Quando muitos rabos estão amarrados uns nos outros, ninguém puxa rabo algum, porque o dele também poderá aparecer.
Não há fiscalização em praticamente nada no país. Do trabalho do Judiciário às multas de trânsito. Sem falar no que circula de dinheiro e bens sem registro ou com donos laranjas.
E pagamos horrores por organismos fantasmas, que dizem ser de fiscalização.
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