por Ricardo Noblat
Argumentação rasteira, tola e absurda está sendo usada pelos blogueiros
chapa branca de sempre, além de porta-vozes formais e informais do
governo, para justificar a montagem até aqui do segundo ministério da
presidente Dilma Rousseff. Se não dá raiva, dá pena. Ou as duas coisas
juntas.
O ministério está saindo mais à direita do que todos desejavam, eles
reconhecem. Para, em seguida, encaixar a desculpa de que isso se deve à
falta de amparo do resto da esquerda. Sim, do resto, porque ainda
consideram o PT um partido de esquerda. O resto da esquerda seriam o
PSOL, PCB, PCO, etc...
Outro motivo para o governo se inclinar à direita: o Congresso. O novo
Congresso seria tão ou mais conservador do que esse que ainda temos.
Mais conservador na opinião dos defensores do governo. Desse modo, ao
governo só restaria cair com desconforto no colo dele. É o jeito!
Vê-se desde logo que o raciocínio não se sustenta por frágil, na melhor
das hipóteses. Ou mentiroso, na pior. O PT deixou de ser de esquerda há
muito tempo. Desde que chegou ao poder com a primeira eleição de Lula.
Ganhou a eleição pela esquerda. Governou pela direita.
Exibe-se como sendo um partido de esquerda porque pôs os pobres na agenda do país. Porque fortaleceu os programas sociais.
Lembro-me de Joaquim Roriz, governador de Brasília por quatro vezes.
Roriz distribuiu terra de graça com os mais pobres. Leite de graça.
Comida a um real em restaurantes populares.
Nem por isso Roriz foi de esquerda. Ou o PT o tratou como aliado.
Curioso é que Roriz, amaldiçoado pela esquerda, foi um dos fundadores do
PT em Goiás.
A nomenclatura de esquerda não tem votos suficientes dentro do Congresso
ou fora dele para sustentar a administração de Dilma. Portanto, não
pode ser responsabilizada pela opção preferencial de Dilma por um
governo de direita.
De resto, quando Itamar Franco sucedeu a Collor em 1992, pediu o apoio
do PT. Itamar quis escapar da armadilha de governar pela direita. O PT
negou seu apoio.
Erundina, ex-prefeita de São Paulo, tornou-se ministra de Itamar, mas
para isso foi obrigada a abandonar o PT. Ou melhor: foi o PT que a
abandonou.
Quanto ao Congresso conservador que obriga Dilma a governar com conservadores... É fato. Temos um Congresso conservador.
No entanto, se a desculpa servir, só valerá a pena eleger um presidente
de esquerda quando ele puder contar com uma maioria de esquerda no
Congresso. É isso? Será isso mesmo?
Pai! Pai!. Perdoai! Definitivamente, eles não sabem o que dizem!
fonte rota2014
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