Pedro do Coutto
O título acima, acredito, seja o desejo da quase totalidade da população brasileira e, ao mesmo tempo, sintetize os votos de feliz ano novo. Porque, francamente, o exercício de 2014 está pleno de fatos que não deixam saudade e que, peçamos a Deus, não se repitam nunca mais em nossa história. A economia cresceu apenas 0,2%, índice muito abaixo da taxa demográfica que oscilou em torno de 1%. Com isso, claro, diminuiu a renda per capita brasileira, que é o resultado da divisão do PIB pelo número de habitantes. Mas os erros de 2014 não se limitam a este aspecto.
Os escândalos da Petrobrás não têm precedente, a pilhagem praticada na empresa estatal multiplicou-se de maneira devastadora, com reflexos internos e externos. Na Copa do Mundo ocorreu o maior desastre da história do esporte brasileiro. Os índices de violência urbana cresceram de forma assustadora. Os acidentes nas rodovias foram outra marca do período que está prestes a acabar. Não foram dadas soluções para os problemas dos aposentados do INSS.
Enfim é de se esperar que os inquéritos envolvendo a Petrobrás sigam até o fim com a punição dos culpados, sem o que a autoridade do governo ficará abalada. É de se esperar o desempenho mais eficiente por parte do novo Ministério, capaz de superar as lacunas que certamente decorrerão do critério acentuadamente político na sua formação para assegurar um nível permanente de maioria no Congresso Nacional.
MUITOS DESAFIOS
Os desafios estão colocados, especialmente os que envolverão a atuação da equipe econômica e sua capacidade de se harmonizar com as faces do projeto social da presidente Dilma Rousseff. Este ponto, inclusive é o mais sensível de todos, dentro do princípio inevitável de que não existe crédito sem débito e vice versa. Por isso, na realidade, a única forma de se reduzir as desigualdades sociais, que não são reveladas na fixação da renda per capita, é o crescimento econômico através do qual a renda possa ser redistribuída sem as tradicionais resistências que tal retrocesso impõe.
A educação é outro desafio enorme, porque de seu êxito depende de maneira tão direta quanto indireta a redução inadiável da violência urbana, que tem ameaçado fortemente a sociedade, a começar pelo Rio de Janeiro. Veja-se como exemplo o que está acontecendo com as UPPs sistematicamente atacadas e provocadas pelas forças do crime que dominam, tentam ampliar esse domínio as áreas de menor renda da cidade. Assim dentro deste panorama verifica-se a enorme dificuldade que o governo federal terá pela frente, da mesma forma que os governos dos principais estados da Federação. Além de tudo isso temos que acrescentar as deficiências nos setores de saúde pública e saneamento básico, este segundo plano agravando o conteúdo do primeiro.
Para terminar, neste desejo de um Feliz Ano Novo a todos os leitores, não posso deixar de acrescentar ao elenco das preocupações a realização das obras necessárias as Olimpíadas de 2016 na cidade do Rio de Janeiro.
fonte tribunadainternet
0 comments:
Postar um comentário