Jornalista Andrade Junior

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

O QUE PODEMOS ESPERAR DE 2015 COM DILMA 2?

RICARDO KOTSCHO
Para responder à pergunta que me faço no título deste texto de despedida de 2014, o ano que não começou e não tem prazo para acabar, minha primeira preocupação é não me deixar levar pelas previsões apocalípticas da maioria dos futurólogos nativos que anunciam um tempo tenebroso pela frente, sem chance de as coisas melhorarem em nosso país.
Claro que não devemos mais, na nossa idade, acreditar em Papai Noel, mas, se não acreditarmos em mais nada, como nos ensina o sábio Cony, como vamos fazer todos os dias de 2015 para encontrar motivos de levantar da cama e ir à luta, já que as nossas contas precisam ser pagas até o final de cada mês, com tempo bom ou ruim?
Em primeiro lugar, recomendo que a gente deixe de colocar todas as nossas expectativas e esperanças nas mãos do governo, de qualquer governo.
Acho que em nenhum outro lugar do mundo as pessoas e a imprensa vivam tanto em função do que os governantes e parlamentares fizeram ou deixaram de fazer como aqui no nosso Brasil. Para o bem ou para o mal, tudo depende de acertos ou erros de quem, afinal, foi eleito por nós.
E nós, qual a nossa responsabilidade?
Como explicar, por exemplo, qualquer que seja o nosso ramo de atividade, que muitos empregados e empregadores tenham prosperado neste conturbado ano de 2014, enquanto outros lamentem perdas?
Como explicar que, com um crescimento do PIB próximo de zero, contas externas no vermelho, inflação fora da meta, dólar disparado e a Petrobras derretendo na Operação Lava-Jato, tenham se mantido estáveis os índices de emprego e renda dos trabalhadores?
É muito difícil entender um país como o nosso, mais difícil ainda tentar explicar. Ilhada por más notícias na economia e encurralada pela velha mídia, com uma base aliada gelatinosa, a duras penas Dilma Rousseff conseguiu se reeleger para mais um mandato, mas a nove dias da cerimônia de posse o clima não é de festa nem de renovação de esperanças, como costuma acontecer nestas ocasiões.
Ao contrário, como já escrevi aqui outro dia, vivemos um tempo de incerteza e desesperança, sem saber o que e, pior, com medo do que pode acontecer.
Neste clima, é evidente que investidores relutam em investir e quem vive do trabalho assalariado sonha apenas em manter o seu emprego. Criam-se, desta forma, as condições para as profecias autorrealizáveis: se todo mundo acha que tudo vai dar errado, é possível que isso acabe mesmo acontecendo.
De nada adianta aqui ficar falando do que pode acontecer na política e na economia _ afinal, dentro da margem de erro das pesquisas e das previsões, pode acontecer de tudo ou pode não acontecer nada.
Mais importante é saber o que cada um de nós pode fazer para melhorar o astral e decidir o que quer fazer e esperar do próximo ano, independentemente de como será o novo/velho governo de Dilma 2, já que não resolve nada só ficar falando mal do governo. Aconteça o que acontecer, ninguém vai pagar minhas contas por mim.
"Como desejar um Feliz Ano-Novo?", pergunta-me o leitor Brasil de Abreu, depois de desfiar um rosário de problemas, no final da sua mensagem, enviada às 18h58 de segunda-feira. Muita gente tem me feito a mesma pergunta. Respondo com outra pergunta: Vamos fazer o quê? Desejar a todos um Péssimo Ano-Novo?
Se cada um fizer a sua parte e não ficar só olhando para o rabo do outro, já teremos dado um grande passo para desmentir todas as projeções catastrofistas que estão fazendo para o próximo ano. Pode parecer pouco, mas é tudo que nos resta fazer para não entregar os pontos antes de o jogo começar.
Por isso, e apesar de tudo, desejo a todos os leitores do Balaio que me acompanharam ao longo de mais este ano que se vai, e não volta, um Feliz Natal e, se possível, boas notícias em 2015.
fonte tribunadaimprensa

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