A depender do resultado nas urnas, o preço das ações das empresas na Bolsa de Valores deve mudar.
Pesquisa feita pela maior corretora do país, a XP Investimentos, com 80
gestores de recursos privados, de fundos de investimentos e de recursos
administrados por bancos, mostra que a maioria prevê que a Bolsa deve
cair mais, caso a presidente Dilma Rousseff (PT) seja reeleita.
A enquete foi feita nesta semana, após as pesquisas eleitorais mostrarem
que Dilma se consolidou como favorita nas eleições. Segundo o último Datafolha,
divulgado nesta quinta-feira (2), Dilma aparece com 40% das intenções
de voto, seguida por Marina Silva (PSB), com 24% e Aécio Neves (PSDB),
com 21%.
Para 90% dos gestores de investimentos entrevistados pela XP, caso Dilma
vença, a Bolsa deve se desvalorizar em relação ao nível atual -ao redor
dos 53.000 pontos.
Segundo a enquete, 84% acreditam que o Ibovespa (índice que reúne as 69
empresas com ações mais negociadas) deverá se situar entre 40.000 e
50.000 pontos. A maior parte, diz a pesquisa, espera que o índice vá a
44.800. Isso representaria uma queda de 15% em relação ao atual patamar.
A enquete perguntou quais seriam os três setores cujas as ações de
empresas seriam mais prejudicadas. Mais de 28% disseram que o mais
afetado seria o setor de petróleo e gás. A Petrobras é a segunda
principal empresa que compõe o Ibovespa -representa 7% do índice.
Analistas criticam a política do governo com a Petrobras. Afirmam que a
empresa está sendo usada para moderar a inflação -represando o preço da
gasolina- e para incentivar a indústria brasileira -via política de
conteúdo local. Ambas as iniciativas afetam o desempenho da companhia,
reduzem seu lucro e os ganhos de detentores de suas ações.
Os demais setores afetados seriam o financeiro (17%) e o de serviços de
utilidade pública (11%), como saneamento e energia elétrica.
Por outro lado, os setores de educação (23%), papel e celulose (14%) e
de carnes (10%) seriam beneficiados sob um segundo mandato de Dilma. Os
dois últimos poderiam ter resultados mais positivos com a alta do dólar,
dado que têm receitas relevantes com exportações.
COM MARINA, BOLSA SUBIRIA
A enquete da XP Investimentos perguntou também qual seria o efeito sobre
a Bolsa de Valores caso Marina Silva vença. Para 96%, o Ibovespa deve
se valorizar em relação ao nível atual. Para 68%, o Ibovespa poderia
subir para o intervalo entre 60.000 e 70.000 pontos.
A pesquisa informa que o valor mais provável é de 63.200, o que representaria uma alta de 19% ante o atual patamar.
Os três setores mais beneficiados por uma vitória de Marina, na opinião
dos gestores, seriam o financeiro (26%), petróleo e gás (24%) e elétrico
(8%).
Já entre os três setores que mais perderiam com uma vitória da candidata
do PSB, estariam os segmentos considerados mais ambientalmente
sensíveis. Em primeiro, aparece mineração (19%), papel e celulose (15%) e
siderúrgico (14%).
Analistas ouvidos pela Folha afirmam que os atuais preços na
Bolsa indicam uma probabilidade maior de vitória de Dilma. Investidores
estão antecipando parte desse movimento esperado e estão vendendo ações,
provocando a desvalorização do Ibovespa.
Desde o início de setembro, o Ibovespa recuou 12%, de 61.141 pontos para 53.518.
Segundo a XP, os preços atuais refletem uma probabilidade de vitória de Dilma de 57%.
Na enquete, não há perguntas sobre o cenário em uma possível vitória de Aécio Neves (PSDB).
FONTE ROTA2014
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