Análise do Mercado após as eleições - Empiricus
Caro leitor,
Acordamos nesta segunda-feira com as cartas abertas, expostas à mesa. Elas apontam o caminho que os mercados temiam.
Os brasileiros foram às urnas na véspera e optaram pela continuidade da política atual.
Com isso, temos um ponto final na incerteza que impôs aos ativos brasileiros a maior volatilidade do mundo em 2014.
Quais as consequências dessa escolha?
Independemente
da retórica de “mudança” utilizada em campanha, o que vemos de fato (e
nos atos) é uma reafirmação das práticas atuais.
Como
já alertaram em alto e bom som interlocutores oficiais do governo, como
o Ministro Guido Mantega, a política vigente será “levada até as
últimas consequências”.
Ao
longo de toda a campanha eleitoral, não houve um episódio sequer em que
a presidente tenha assumido qualquer erro na condução da política
econômica, outra forte evidência de compactuação com a situação atual.
Pelo
contrário, o risco crescente de derrota nas urnas levou a campanha da
situação até as últimas consequências, ao embate mais sórdido já visto
na democracia brasileira.
Esse
embate garantiu a continuidade no poder, mas desconstruiu qualquer
ponte de ligação do governo com o setor produtivo, que enfrenta o maior
processo de desindustrialização da história e convive com o menor ritmo
de crescimento da atividade de toda a república desde Floriano Peixoto.
A
insatisfação do setor privado é generalizada, expressa na queda dos
níveis de investimento e pelos índices de confiança entre mínimas
históricas.
Reconstruir confiança é um processo árduo.
E dobrar a mão em uma aposta que já se provou equivocada é um passo inequívoco rumo a consequências desastrosas.
O Brasil vai acabar?
Não,
países não acabam. Metaforicamente, talvez. O que já se provou
encerrado foi o modelo de Brasil construído em 1994, a partir da
estabilização, adoção do plano real e respeito ao tripé econômico.
Esse
fim é confirmado pela defesa de um novo tripé e provado pelos
indicadores econômicos divulgados (ainda que alguns tenham sido
oportunamente adiados).
A montanha-russa do dólar, dos juros e das ações brasileiras nos últimos meses é evidência do que está por vir.
O momento exige cautela.
Sim,
haverá desdobramentos imediatos sobre as diversas classes de ativos,
com consequências óbvias sobre os patrimônios individuais.
Até
a última sexta-feira os ativos ainda embutiam a possibilidade de
mudança. O rali das ações de estatais no último pregão antes do final de
semana comprova o ponto.
Agora, com a tendência definida, cartas abertas, há uma enorme distorção de preços a ser corrigida.
A
primeira reação dos mercados à definição do cenário político é um tanto
enfática. A abertura das negociações no mercado internacional nesta
segunda-feira impôs queda de 15% aos papéis da Petrobras, por exemplo,
apenas um dos ícones da ingerência política do atual governo.
A
experiência mostra que poucos dias fazem grande diferença para os
mercados, e as grandes crises e solavancos escondem as maiores
oportunidades.
Pelo tamanho do gap e pela importância do evento, esta primeira correção por si só pode ser fatal.
Na
iminência de um dólar em busca de R$ 3,00 e de um Ibovespa a 12 mil
pontos na pontuação em dólares (40 mil pontos em reais), você terá de
encarar tais desdobramentos, precisa saber lidar com eles.
Todas as classes de ativos estão sujeitas à correção. Não há para onde correr.
Você tem dois caminhos a adotar: o primeiro é esperar as consequências materiais dessa gestão desastrosa sobre seu patrimônio, e o segundo é começar a se mexer, de modo a proteger ou até mesmo aumentar suas economias.
Você tem dois caminhos a adotar: o primeiro é esperar as consequências materiais dessa gestão desastrosa sobre seu patrimônio, e o segundo é começar a se mexer, de modo a proteger ou até mesmo aumentar suas economias.
RECEBIVIAEMAIL
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