NÃO AO BOLIVARISMO E AO OPORTUNISMO VOTE AÉCIO45
O ESTADÃO -
O
presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Antonio Dias Toffoli, propõe
uma revisão do uso do horário eleitoral para as próximas campanhas.
Traz o tema à discussão no bojo da repentina - e por que não dizer
tardia, radical e atabalhoada - mudança de orientação do colegiado em
relação ao grau de interferência da Justiça na cobrança do cumprimento
da lei por parte das forças políticas em disputa.
Toffoli
considerou de muito baixo nível o que PT e PSDB apresentaram em seus
programas na campanha do segundo turno. De onde concluiu que se há tempo
para ofensas é porque há tempo em excesso; questionou se as campanhas
não deveriam ser mais curtas e defendeu o direito do tribunal "pôr um
freio de arrumação" no ambiente proibindo toda e qualquer crítica
considerada inadequada, a fim de preservar os ouvidos sensíveis do
eleitorado.
Tudo isso ao juízo do mesmo colegiado cuja maioria
até então defendera uma atitude "minimalista" (no dizer do ministro Luiz
Fux) da Justiça, no intuito de não interditar o debate político. Ou
seja, o TSE, representado por seu presidente, saiu de uma posição de
deliberado alheamento para uma atitude de interferência discricionária,
avocando para si a decisão sobre o tempo e o conteúdo do que pode ou não
ser dito.
No primeiro turno, ao contrário do que argumenta o
ministro Dias Toffoli, houve sim ataques que buscavam exclusivamente
desqualificar um dos oponentes e não qualificar o atacante. O que não
houve foi resposta no mesmo tom por parte do atacado. No caso, atacada, a
então candidata do PSB, Marina Silva. A diferença agora é que o
adversário foi ao contra-ataque e a campanha virou uma guerra. Aliás,
dentro do esperado. A Justiça Eleitoral, assim como o País todo não
ignorava o que estava por vir.
A discussão sobre mudanças futuras
proposta pelo presidente do TSE é legítima embora talvez seja algo
extemporânea. Indispensável a retomada do tema após as eleições com a
inclusão de diversos outros itens, entre os quais até mesmo a revisão da
legislação eleitoral e as regras da reeleição.
Quando a maioria
dos ministros tomou a decisão de "flexibilizar" as normas, foi deixada
de lado a especificidade do momento. Já devidamente exposta na
antecipação da campanha eleitoral iniciada por iniciativa do
ex-presidente Lula em fevereiro de 2013. É de se reconhecer que a norma
está caduca, mas não se pode ignorar que há uma lei vigente.
Enquanto
não for revogada, há de ser respeitada. E o TSE resolveu fechar os
olhos a ela quando não atendeu às reiteradas ações contra o uso da
máquina pública, argumentando que só poderia agir quando as candidaturas
estivessem oficializadas.
Até então, o Palácio do Planalto fez o
que quis. Usou suas dependências para reuniões partidárias, abusou de
órgãos públicos à vontade e depois disso também transformou agências dos
Correios em comitês eleitorais. Agora a TV Globo inova ao incluir
perguntas de eleitores indecisos, retirando o debate do controle
exclusivo dos candidatos e abrindo algum espaço para algo que fuja do
robótico ensaio dos marqueteiros.
Melhor do Brasil. Há um tipo de
resistência que não tem consistência. Sustenta-se na insolvência e,
ainda que momentaneamente vitoriosa, um dia acaba. Falta-lhe o
essencial: a substância de longa distância.
FONTE AVARANDABLOGSPOT
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