ACORDA BRASIL - AÉCIO NEVES PRESIDENTE 45
José Roberto de Toledo
O Estado de São Paulo
Na reta final da eleição os movimentos do eleitorado tendem a ser mais
importantes do que os números. E o crescimento de Dilma Rousseff (PT)
identificado pelo Datafolha é semelhante ao captado por outras
pesquisas. Embora consistente, o movimento é lento – nada a ver com a
rápida queda de Marina Silva (PSB) que acabou beneficiando Aécio Neves
(PSDB) no primeiro turno.
Qualquer previsão sobre vitoriosos ou derrotados é precipitada. A
diferença entre os dois candidatos a presidente é tão pequena que
fatores não aferidos pelas pesquisas – como erro e abstenção do eleitor
ou voto no exterior – podem decidir a eleição.
A abstenção tende a ser maior nos Estados onde há mais população rural
ou com dificuldade de chegar ao local de votação, como no Norte e
Nordeste. Isso se agrava no segundo turno, especialmente nas unidades da
Federação onde o governador já foi eleito em 5 de outubro. A abstenção
pode crescer nos maiores Estados do Nordeste onde só se escolherá o
presidente, como Bahia, Pernambuco e Maranhão. Isso seria problema para
Dilma, que tem mais votos nesses locais. Ela pode ter compensações,
porém.
Eleitores com baixa escolaridade tendem a errar mais na hora de votar,
principalmente no primeiro turno, quando tem que marcar cinco números
para cinco cargos diferentes na urna. Os votos nulos foram mais
frequentes no Norte e Nordeste. No segundo turno, com apenas um ou dois
votos, o erro é menor. Isso pode ajudar a presidente a crescer nessas
regiões.
A diferença entre Dilma e Aécio é tão pequena que até feriados podem
influenciar no resultado. Vários tribunais regionais federais, do Rio
Grande do Sul ao Nordeste, estão antecipando a folga do Dia do Servidor
Público para segunda-feira pós-eleição. Se os servidores de tribunais e
seus familiares viajarem e não votarem, quem perde mais? Só as urnas
dirão.
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