VOTO AÉCIO NEVES 45
Indicado pelo presidenciável Aécio Neves para chefiar o Ministério da
Fazenda num hipotético governo do PSDB, o economista Armínio Fraga disse
nesta segunda-feira (20) que “não há e nunca houve a ideia de que vamos
privatizar” o Banco do Brasil.
Armínio fez a declaração durante uma entrevista que concedeu à
Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (Anabb). Ele
falou por meio de videoconferência. A conversa foi transmitida ao vivo
pela internet.
A associação ouvirá também o economista Alessandro Teixeira, indicado
pelo comitê de campanha de Dilma Rousseff. Ele falará na noite desta
segunda, no auditório da sede da Anabb, em Brasília.
O objetivo da entidade é o de aferir o grau do comprometimento dos
presidenciáveis com a preservação das instituições bancárias estatais.
“Se depender de nós, o futuro do Banco do Brasil é brilhante, é
competitivo, forte e bem capitalizado”, disse Armínio.
Segundo ele, o projeto de Aécio prevê “o fortalecimento do Banco do
Brasil, da Caixa Econômica e de todas as instituições.” As declarações
de Armínio soaram menos de 24 horas depois de Dilma ter mencionado o
nome dele no debate presidencial transmitido pela TV Record na noite de
domingo.
Batendo o mesmo bumbo que soa na sua propaganda eleitoral, a rival de
Aécio dissera: “Lamento, mas li em várias circunstâncias, inclusive
escutei várias falas do seu candidato a ministro da Fazenda, que ele ia
reduzir o papel dos bancos públicos, e no fim, não sabia o que ia ficar.
Eu acho lamentável esse terrorismo em relação aos bancos públicos.”
E Aécio: “Olha, eu quero aproveitar esse momento para me dirigir aos
funcionários do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, do BNDES.
Eles estão, sim, sofrendo o terrorismo de uma propaganda enganosa. No
nosso governo, os bancos públicos serão fortalecidos. Eles são
essenciais ao crescimento da economia, nos mais diversos setores, mas
também aos avanços sociais.”
Aécio dissera, de resto, que, se for eleito, fará indicações técnicas
para a diretoria dos bancos públicos. “No nosso governo, não haverão
senhores Pizzolattos administrando o Banco do Brasil”, afirmara, numa
referência a Henrique Pizzolato, o ex-diretor de Marketink do BB
condenado no processo do mensalão e preso na Itália.
Ecoando as palavras do seu candidato, Armínio, ex-presidente do Banco
Central no governo FHC, realçou a “meritocracia” e a “governança” como
pontos positivos que identifica na gestão do Banco do Brasil. Quanto aos
pontos negativos, falou de “aparelhamento” e “politização”.
Medindo as palavras, Armínio rogou: “Não confundam politização com
política pública”. Disse que os bancos públicos exercem papel relevante
na execução de programas governamentais. Esse tema também havia sido
explorado no debate da véspera.
Aécio insinuara que o Tesouro atrasa o repasse do dinheiro de políticas
públicas operadas pelos bancos estatais. “Pergunto à senhora: é justo,
por exemplo que, a Caixa e o Banco do Brasil estejam recebendo
atrasados, ou deixando de receber recurso do Tesouro para garantir o
pagamento em dia do crédito agrícola no caso do Banco do Brasil, R$ 8
bilhões, ou no caso da Caixa, para pagar em dia os benefícios do Bolsa
Família, cerca de R$ 10 bilhões, ou mesmo do seguro-desemprego?”
Ao responder, Dilma ironizara seu antagonista: “Candidato, o senhor viu
cantar o galo e não sabe aonde. Isso é terrível, quando acontece com uma
pessoa. Candidato, a minha relação e a relação do governo, a relação de
todos nós, com os bancos públicos é uma relação de grande respeito.
Todos os bancos públicos tiveram seus lucros aumentados e ampliados. Sua
taxa de inadimplência foi reduzida. E uma recomposição do seu
funcionalismo”.
Sem fazer referência ao embate, Armínio declarou na entrevista à Anabb
que as verbas dos programas que têm os bancos públicos como agentes
financeiros devem constar explicitamente do Orçamento da União. Uma das
críticas que a campanha de Aécio vem fazendo é a de que falta
transparência na relação do Tesouro com as instituições públicas de
crédito.
fonte ROTA2014
0 comments:
Postar um comentário