por Ana Estela de Sousa Pinto por Ana Estela de Sousa Pinto
Dilma Rousseff, quem diria, acabou no pior pesadelo de Marina Silva, projetado em setembro passado, na corrida eleitoral.
Com as duas em empate técnico, economistas-chefes traçavam cenários para orientar seus clientes.
Sobre Dilma, a incógnita era econômica: dobraria ela a aposta ou
aceitaria um ajuste? Apesar da propalada inabilidade política da
presidente, era consenso que o governo asseguraria apoio no Congresso.
Na pior das hipóteses, a teimosia em manter as contas públicas sem
controle traria uma crise econômica –mas apenas em 2016.
Já com Marina, o risco era político. Analistas temiam que ela se visse
"impotente para barrar a aprovação de medidas populistas, que elevariam
os gastos e arruinariam os planos de equilibrar as contas públicas".
Dívida, dólar e inflação disparariam, a economia afundaria.
De lá para cá, a bolha de Marina murchou, Dilma venceu e propôs o ajuste
que, na visão de praticamente todos os economistas, colocaria o país na
rota da recuperação. Mas a realidade do Congresso veio pior que o pior
dos cenários previstos para uma vitória marinista.
A oposição rasgou "princípios", e a base aliada partiu para a oposição.
Como tubarões presos na cordinha da prancha do surfista, oportunistas e
populistas passaram a se debater e distribuir mordidas a esmo.
Tubarões, cogitam os cientistas, são míopes. Só enxergam 3 metros à
frente do seu nariz. Adiante haverá pobreza maior e por mais anos –eles
não veem. Uma geração inteira continuará prejudicada por educação de má
qualidade, mas isso está muito longe. O futuro ficará mais no futuro. O
que importa, para quem mede o tempo de 4 em 4 anos?
Quando até o ex-presidente da Câmara Severino Cavalcanti (que renunciou
em 2005 acusado de receber propina) diz que a imagem do Legislativo
"está muito ruim, virou piada", algo piorou de verdade.
extraídaderota2014blogspot
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