Severino Motta e Aguirre Talento - Folha de São Paulo
Passado um mês desde que os inquéritos da Operação Lava Jato chegaram
ao STF (Supremo Tribunal Federal) por meio da lista do procurador-geral
da República, Rodrigo Janot, só 2 dos 21 investigados que devem prestar
depoimentos sobre o caso foram ouvidos pela Polícia Federal.
Devido a isso, e à necessidade de se buscar mais provas para o possível
oferecimento de denúncias, o Ministério Público Federal deverá pedir
nesta semana a prorrogação do prazo de 30 dias concedido inicialmente
pelo Supremo para a realização das investigações.
Conforme a Folha apurou, somente o líder do PT no Senado,
Humberto Costa (PE), e o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) foram ouvidos.
Ambos negaram a participação no esquema de desvio de recursos da
Petrobras.
Apesar de o processo não correr mais de forma sigilosa ou em segredo de
Justiça, tanto o Ministério Público como a Polícia Federal se negam a
fornecer informações sobre os depoimentos e sobre a realização de outras
diligências para a obtenção de provas.
De acordo com os 26 pedidos iniciais de investigação, foram solicitadas
91 oitivas para o esclarecimento dos fatos. Como algumas pessoas vão
prestar depoimento em mais de um processo, o número real de pessoas a
serem ouvidas é menor.
Entre as oitivas estão as de 21 políticos ou pessoas investigadas no
STF, algumas dezenas de pedidos de depoimentos de réus da Lava Jato na
Justiça do Paraná e de diversos outros envolvidos que não foram
formalmente acusados, mas que podem ter participado do esquema.
Além disso, a Folha identificou cerca de 40 diligências que
buscam informações sobre a entrada e a saída de pessoas da sede da
Petrobras, no Rio, e em hotéis onde teriam ocorrido reuniões para se
negociar propina.
Também foram pedidos levantamentos sobre empresas, ligações societárias e contratos firmados com a estatal petrolífera.
Questionados sobre quantas dessas 91 oitivas já haviam sido realizadas,
tanto a Polícia Federal como o Ministério Público se recusaram a
responder. Os dois órgãos disseram somente que "algumas" diligências
haviam sido concluídas.
RITMO SATISFATÓRIO
Apesar de o processo não estar mais em sigilo, investigadores que atuam
no caso ponderam que não seria conveniente para as investigações fazer
um detalhamento do que foi ou não foi obtido.
Sobre o andamento das investigações, integrantes do grupo de trabalho do
Ministério Público que atua na Lava Jato têm dito, em conversas
reservadas, que o fato de a maior parte dos depoimentos de investigados
ainda não ter sido realizada não significa que os processos estejam
caminhando lentamente.
A avaliação dos procuradores é que o ritmo das apurações está
satisfatório, com alguns casos evoluindo mais rapidamente e outros
menos, o que seria natural.
EXTRAÍDADOBLOGROTA2014





0 comments:
Postar um comentário