Jornalista Andrade Junior

terça-feira, 21 de abril de 2015

‘O lulopetismo acelera o envelhecimento que não para’

 Opinião Valentina de Botas:

No debate de 12 de abril, explicando por que, apesar de não resistir à tentação do equívoco, a oposição não conseguiria reeditar o “deixa sangrar”, Augusto Nunes lembrou que 2005 não é 2015: o PT se revelou um bando, a economia está péssima e vai piorar antes de começar a melhorar, a população concede ao governo (ainda estratosférico) 13% de aprovação e mais de 60% dos brasileiros querem Dilma fora. Arguto sempre, o colunista constatou, paralelamente a um PT e um jeca outros, um outro país traduzido não apenas nos números da economia ou das pesquisas de opinião, mas florescente na expressão da indignação que cresceu e está andando e falando.

A apupada que a chatíssima militância do PT levou no centro de São Paulo é a mudança na atmosfera do país crescentemente inóspita à essência do lulopetismo eviscerada pelo exercício do poder e o apego mais abjeto a ele. Nesse contexto, considero as manifestações de 12 de abril, a despeito de ter reunido menos indignados, tão importantes quanto as de março. É que dissemina-se o cheiro da nova estação que há tempos sentimos vir vindo no vento. Há uma nova dinâmica no ambiente político brasileiro com porções da população num protagonismo inédito nas manifestações políticas desde as Diretas Já: sem partidos organizando, gente como a gente rompeu o difuso, mas patente, monopólio esquisitão dos protestos de rua.
No Brasil cansado de roubalheira, o novo pulsa simultaneamente à morte do PT e do jeca, tomando-lhe o espaço simbólico. Falo, é evidente, de óbito político. O lulopetismo, é verdade, tem a chave do cofre, a caneta e a cadeirona – tudo circunstâncias, transitórias por definição. Estão ricos, é verdade também, mas estão mortos, ladrões defuntos que não têm vergonha da exposição pornográfica dessa morte que lhes sobreveio pela falta de vergonha. Tendo nos roubado porções do futuro também, como pretendem, então, coexistir incólumes com o futuro remanescente que irrompe nas ruas? Venceram a última vitória deles e o sinal está aberto para Kim Kataguiri que tinha 7 anos de idade quando o jeca se elegeu; para minha filha que nasceu naquele ano e foi à manifestação com os amigos da escola cujos pais, que também foram, estão na faixa dos 40 anos, a mesma de Rogério Chequer; para minha mãe de mais de 70 anos que foi também numa van cheia de velhinhos – é o novo de todas idades.
Em contraste, o traste da militância petista alheia a essa e demais realidades do país porque o PT envelheceu de uma velhice de todas as idades, de uma senescência política; de uma decrepitude moral; reduzindo-se a uma sucata ideológica que reluz apenas no ferro velho desimportante e cruel do bolivarianismo e outras ruínas autoritárias do século passado. Agarrado à própria mortalha em que acumula mentiras e crimes, o lulopetismo acelera o envelhecimento que não para, a doença que não sara: o poder ainda é tudo. Acha que estamos por fora ou inventando; morto, não vê que o novo sempre vem.







extraídadoblogdeaugustonunesdiretoaopontoveja

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