HELIO FERNANDES - Via blog do autor
Dona Dilma foi reeleita com 73 por cento da
população avaliando que seu governo era “bom ou ótimo". Menos de um mês depois
do inicio do segundo mandato, o Data folha descobria e revelava: "77 por
cento dos brasileiros garantiam que a presidente mentira durante a
campanha". Disseram isso entre revoltados e indignados, sinal de que
alguma coisa mais grave estava a caminho.
Quando se completava o terceiro mês desse
governo (90 dias) aparece o IBOPE, (já vendido para um grupo multinacional, que
se comprometia a manter a linha tradicional do instituto) que se transformara
em sinônimo de credibilidade e vai mais longe do que o Data folha. Traz a
público números horripilantes até para o governo Dilma.
Os 73 por cento do "bom e ótimo"
badalado na campanha, se transformaram em 79 por cento de "ruim ou
péssimo". Esse é um resultado histórico e inédito em qualquer país onde
haja pesquisa.
Em 90 dias Dilma desbaratou 152 por cento do
índice medido pelos dois institutos. Perdeu os 73 por cento favoráveis de antes
e acumulou no seu acervo de impopularidade, mas 79 por cento. Basta descobrir
porque 11 por cento da população insiste na afirmação ultrapassada, reconhecida
e envergonhada, de que o governo Dilma ainda é “bom e ótimo".
Nem a própria presidente reconhece ou
referenda o fato e a pesquisa com os 152 por cento negativos, mas tenta
minimizar e lógico, mistifica como de costume: “Tudo é passageiro, quando
sairmos disso (sic) estaremos novamente no auge, voltaremos ao crescimento”.
Não posso deixar de concordar com Dona Dilma,
nada é definitivo, tudo na vida ”é passageiro, menos o condutor e o
motorneiro”. (Anuncio genial e popular ha 100 anos, num tempo em que ainda
existiam bondes).
Dona Dilma se transporta no tempo, assume
compromissos. Diz que mudará tudo rapidamente. E que dará volta e
reviravolta, incluindo juros, inflação, falta de investimento, desemprego,
desequilíbrio, desentendimento, dívidas astronômicas. Corrupção então nem se
fala, ”todos serão punidos, doa a quem doer”.
Vou dar crédito á presidente, argumentando
com o exemplo que mostra que tudo pode ser modificado. Em 1744, empresários
americanos compraram aos índios a Ilha de Manhatan, Não era uma ilha e sim um
tremendo lamaçal um intransitável lodaçal. Pagaram 24 dólares, a pergunta
púnica: “Por que pagar essa fortuna por um local onde ninguém pode chegar”.
Hoje o lamaçal é Nova Iorque (Manhattan)
capital do mundo. E vale QUATRILHÕES de dólares.
Eu sei que o otimismo da presidente não tem á
disposição o mesmo tempo (270 anos) e o Brasil não é a terra dos índios. O
grande cineasta, Martin Scorceze, fez um filme, “Gangues de Nova Iorque” que
mostra o que acontecia na cidade há 90 anos passados.
A boa vontade, esperança e otimismo da
Presidente talvez não levem ou levassem á recuperação nacional. Mas o
deslumbramento, a falta de constrangimento ou a ânsia de enriquecimento de
quase toda a cúpula do PMDB, levariam certamente á decomposição institucional.
Tendo ainda a favor dela, o fato de não ser
financeiramente desonesta, embora normalmente não saiba de nada. Enquanto os
líderes (?) que formam a cúpula do PMDB, sejam naturalmente comprovadamente e
corporativamente acumpliciados, com tudo que existe de mais condenável.
Se engendrarem uma “solução” falsa que
costuma chamar de impeachment, o PMDB ocupará a “desarquiaria” política
econômica e administrativa. Podem chamar de caos e desestabilização.
O tesoureiro que lavava
dinheiro
João Vaccari Neto está convocado para depor
na CPI da Petrobras. Quinta-feira, depois de amanhã. Não sabe o que vai dizer
nem o que o PT quer que diga ou silencie. Não é de hoje que o partido se divide
entre grupos. O majoritário, dois minoritários na legenda mas agora dominando o
Planalto.
Três alas, três tendências. Pela demissão
pura e simples. Licenciamento, renúncia. Mas acima deles o “dono” de tudo, Luiz
Inácio Lula da Silva, que ainda não se decidiu. Talvez faça como Renato Duque,
surpreendentemente descobriu a Bíblia: “Existe hora de falar e hora de calar”.
Vaccari poderia entrar com mandado de
Segurança no Supremo Tribunal Federal reivindicando só depor depois das
empreiteiras corruptas e corruptoras. Sem elas a CPI vai naufragar. Sem elas e
políticos como Renan, Romero Jucá, Eduardo Cunha. Este não como voluntário e
sim caudatário e beneficiário. O tesoureiro é acusado de “lavar dinheiro”,
indicio de que não gosta de “dinheiro sujo”. Seria exigência do PT?
EXTRAÍDADATRIBUNADAIMPRENSAONLINE





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