KÁTIA ABREU
POR UM BRASIL MELHOR, VOTE AÉCIO 45
FOLHA DE SP -
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Nas eleições anteriores candidatos evitavam o agronegócio, mas cenário mudou no pleito deste ano
Seja qual for o desfecho das eleições de amanhã, um grande vencedor emergirá das urnas: o agronegócio. Em todos os pleitos anteriores, os candidatos evitavam os empresários do meio rural. Eram "retrógrados", remanescentes de um Brasil "atrasado, escravagista e cruel", cujo apoio era preciso ocultar.
Nesta eleição, bem ao contrário, o que se viu foram os candidatos cortejando o agronegócio, reconhecendo-o como sustentáculo da economia, responsável por um terço dos empregos formais do país e pelos superavit da balança comercial.
O que mudou? Se antes o setor já exibia a pujança atual, por que só agora está sendo reconhecido? Simples: ação política. Antes, o produtor não via necessidade de agir na cena pública e mostrar o que fazia. Não por indiferença à opinião pública, mas por falta de cultura política. Supunha que seu dever se esgotava na produção.
Nesses termos, tornou-se presa de setores ideológicos, cujo projeto revolucionário almeja estatizar a produção rural. E há nisso toda uma engenharia social: antes de se iniciar o processo de invasões sistemáticas a propriedades produtivas, o setor foi submetido a um processo gramsciano impiedoso de desconstrução de sua imagem.
Difundiam-se notícias negativas, mesmo falsas (sobretudo as falsas), expunha-se o produtor como infrator das leis, explorador de seus empregados. Em, pouco tempo, criou-se o ambiente para legitimar, a título de represália, um vasto repertório de arbitrariedades. Proclamou-se a ideia de uma profunda crise social no campo, em que as populações indígenas foram expulsas de suas terras e o cidadão urbano, alheio à realidade rural --sobretudo o meio universitário-- encheu-se de justa indignação e passou a subscrever manifestos e a aplaudir ações contra quem produzia.
Assim, a crise, que não existia, passou a existir. A violência impôs-se no ambiente rural, indispondo patrões e empregados. Perdeu com isso o país.
Diante de tal cenário, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), entidade que representa o setor --de cuja presidência estou licenciada em face das eleições--, decidiu expô-lo. Mostrar o que de fato ocorre e os danos daí advindos não só ao mais moderno setor da economia, mas também ao próprio país.
Isso é política --a política legítima, necessária, indispensável. Quantos documentários, reportagens, manifestos foram divulgados, mostrando o produtor como predador ambiental, contaminador de alimentos, escravagista e coisas do gênero? Ouvimos por anos, em silêncio ou reagindo pontualmente, a essas agressões.
Ao assumir a presidência da CNA, em 2008, dei prioridade à ação política. Nada ficaria sem resposta. Mais que isso: seríamos proativos, não apenas defensivos. Passamos a desfazer a mitologia negativa que nos impuseram e a mostrar, com dados rigorosos, a excelência de nosso trabalho, os avanços tecnológicos que permitem aumentar a produção sem aumentar a área plantada.
Não fosse assim, não teríamos o Código Florestal, vital à segurança jurídica, sem a qual não há investimentos; a área de plantação do país (que é menos de um terço do território) teria sido reduzida e as invasões continuariam sendo aplaudidas.
Hoje, o brasileiro urbano reconhece esse esforço; tem clara noção de que, graças à competente produção rural, paga comida mais barata e de qualidade. Nos últimos anos, o governo federal e o Congresso Nacional vêm dando grande apoio ao setor agrícola e pecuário. Promoveu as concessões privadas para os portos, viabilizou o Código Florestal e deu início às obras de infraestrutura. Há muito por fazer, não há dúvida. Mas criou-se o ambiente necessário para que se faça.
Seja quem for o vencedor, repito, não poderá negligenciar a produção agropecuária. Nem mesmo a candidata que forjou sua carreira hostilizando o agronegócio deixa hoje de reconhecer sua primazia. E essa vitória é, acima de tudo, do país. Vamos às urnas!
FONTE AVARANDABLOGSPOT
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