Se você quer manter tudo como está, vote na Dilma.
Se você quer algo bem parecido, vote na Marina.
Agora, se você quer um Brasil diferente, venha com a gente!
No dia 5, vote 45! Aécio Neves Presidente!
“O
segredo do agitador consiste em parecer tão idiota quanto seus
ouvintes, de modo que eles acreditem ser tão inteligentes quanto ele.”
(Karl Kraus)
As civilizações sempre estiveram ameaçadas pelos agitadores das massas,
aqueles demagogos que inflam o povo contra o “sistema” por meio do
populismo, apenas para colocar algo pior em seu lugar ou se beneficiar
da exploração da ignorância alheia.
Aproveitam o fato de que o sistema é, quase sempre, injusto mesmo.
Perfeição só existe em utopias. Mas em vez de lutarem por reformas com
responsabilidade, para ajudar na construção de uma nação mais próspera,
incitam o povo de maneira irresponsável e demagógica.
Podemos pensar nos jacobinos durante a Revolução Francesa ou nos
bolcheviques na Revolução Soviética. No Brasil, era o PT que
representava essa linha “revolucionária” na política nacional, e hoje,
após 12 anos no poder, o partido ainda mantém seu ranço populista e
autoritário, mas já há dissidências mais radicais que acusam o próprio
PT de ser parte do “sistema”. O PT explora os pobres.
Contra tais agitadores, alguns povos contaram com a reação de
estadistas, aqueles que estavam dispostos a sacrificar interesses
particulares de curto prazo, enfrentar momentos de grande
impopularidade, em prol do país. No Brasil já tivemos alguns desses.
Nove deles foram selecionados por Luiz Felipe D’Ávila em Caráter & Liderança, livro que mostra a trajetória em pequenas biografias dessas importantes figuras para a construção de nossas instituições.
A apresentação foi escrita por Fernando Henrique Cardoso, não por acaso o
último desses estadistas incluídos no livro. Nela, o ex-presidente diz:
“O livro, no fundo, é a história da luta contra a herança do
colonialismo mercantilista que gerou um enorme apego ao corporativismo,
ao protecionismo e à ideia de que o Estado deve ser o condutor
onisciente das venturas do povo”.
De fato, quando pensamos nos dois primeiros personagens analisados, José
Bonifácio de Andrada e Silva e Joaquim Nabuco, essa imagem serve
perfeitamente para descrevê-los. Seres humanos sempre serão imperfeitos,
com suas contradições e falhas. Mas é inegável que figuras dessa
estatura moral foram cruciais para o avanço do Brasil, sempre em
velocidade muito aquém da desejada em boa parte pelos obstáculos criados
ou pelas elites míopes em defesa do status quoou pelos agitadores das massas. Logo no começo, D’Ávila resume bem o papel dos líderes de uma nação:
A
construção das instituições democráticas não é obra do acaso, nem um
ato voluntarista de líderes carismáticos. Ela deriva da atuação de
governantes com coragem de enfrentar resistências políticas, econômicas e
sociais que impedem a promoção das mudanças de cultura; ela é fruto da
atuação de estadistas que demonstram determinação e paciência para
educar a opinião pública e para conquistar o respaldo da sociedade em
torno das reformas estruturais do Estado; ela é obra de indivíduos que
revelam, por meio de ações e escolhas, convicção profunda nos valores
democráticos e princípios éticos.
A verdadeira liderança exige esse compromisso com a ética e com o longo
prazo. Infelizmente, há também os líderes sem caráter, aqueles que jogam
contra as instituições republicanas e democráticas, que acabam atuando
para seu enfraquecimento. São seduzidos pela popularidade momentânea,
guiados pelo oportunismo, focando nos ganhos imediatos apenas. Diz o
autor:
Cabe
a nós e às gerações futuras, a responsabilidade de continuar a zelar
pelo bom funcionamento das instituições e de não deixar que a herança
bendita que recebemos seja dilapidada por governos populistas e
aventureiros que desejam transformar a democracia numa fachada, com o
propósito de legitimar decisões personalistas.
A América Latina tem uma estranha vocação para a adoração de caudilhos
autoritários e populistas, que prosperam em meio a instituições frágeis e
uma cultura da liberdade pouco enraizada. O Brasil não está livre desse
constante risco de retrocesso. E é impossível ler essas linhas e não
pensar nas eleições do próximo domingo, em que o país vai decidir seu
rumo diante de uma grande encruzilhada.
A manutenção do PT no poder representaria um passo enorme, talvez
definitivo, na direção desse populismo irresponsável que pode levar ao
despotismo. A campanha de Dilma está toda sendo feita em cima da
demagogia, do terrorismo eleitoral, das mentiras que servem para enganar
as massas incautas. Vejam a distinção que D’Ávila faz entre um
estadista e um governante medíocre:
A
principal diferença entre políticos medíocres e estadistas é que os
primeiros costumam evitar as questões difíceis que geram desconforto na
sociedade. Torcem para que os assuntos urgentes não se transformem em
crises durante o seu mandato e rezam para que não tenham de enfrentar
temas urgentes que possam levá-los a perder popularidade, poder ou
votos. Estadistas, por sua vez, provocam desconforto na sociedade e
correm riscos – eleitoral, político e pessoal – para promover mudanças
transformadoras. Mudanças que exigem coragem, determinação e
perseverança para desafiar as pessoas a rever crenças, valores e
atitudes que retardam o progresso sócio-econômico do país e o
fortalecimento das instituições democráticas.
O líder, em outras palavras, precisa ter a coragem de lutar por mudanças
transformadoras que eventualmente representem perda de privilégios ou
benefícios para sua própria classe, como fez Nabuco em relação à
escravidão. Um estadista, hoje, estaria lutando contra os privilégios
dos próprios políticos, dos sindicalistas, dos empresários que dependem
dos subsídios do BNDES para viver, os patrocínios estatais para artistas
engajados, as infindáveis tetas estatais que beneficiam um seleto grupo
de “amigos do rei” à custa do povo brasileiro. E estaria enfrentando as
dificuldades econômicas sem mentiras, malabarismos ou truques
rudimentares.
Diante disso, como negar que o PT é exatamente o oposto de uma liderança
positiva típica dos estadistas? O partido claramente se coloca do outro
lado, do lado dos jacobinos, dos demagogos que riscam fósforos em um
paiol de pólvora de forma irresponsável, só para ganhar mais alguns
“vivas” e votos das massas manipuladas. Brinca com fogo em um momento
delicado de nossa jovem democracia.
O Brasil está muito carente de estadistas, de verdadeiros líderes.
Enquanto esses não aparecem, o mínimo que as pessoas decentes e
esclarecidas precisam fazer é evitar o pior, lutar para que a tirania
populista não tenha êxito. Não é hora de picuinhas, brigas infantis ou
narcisismo pelas “pequenas” diferenças, e sim de união em prol de nossa
democracia constitucional.
Social-democratas, liberais e conservadores deveriam se unir em torno
desse objetivo comum e mais elevado: impedir que o Brasil siga a
trajetória decadente dos vizinhos bolivarianos, como a Argentina e a
Venezuela. Para construir instituições mais sólidas, antes será preciso
preservá-las de uma total destruição, que parece iminente. É preciso
deter os agitadores.
fonte rota2014
0 comments:
Postar um comentário