APÓIO RODRIGO DELMASSO 19123
Jolivaldo Freitas
O Correio
(Bahia)
Ruy
Barbosa, o Águia de Haia, José Maria da Silva Paranhos, o Barão de Rio Branco,
o português Alexandre de Gusmão, avô da diplomacia brasileira, estão, com
absoluta certeza, revoltados nas suas respectivas tumbas, com vergonha daquilo
que a diplomacia brasileira vem fazendo passar os brasileiros e os diplomatas
de carreira. Não somos, mas estamos nanicos. Como disse diplomata israelense,
revoltado com o fato da presidente Dilma ter criticado os ataques retaliatórios
de Israel aos palestinos do Hamas.
Mas o
governo brasileiro não tomou vergonha e nem aprendeu com o erro de abordagem e
avaliação. Acaba de condenar os ataques dos Estados Unidos e França contra o
califado formado pelos terroristas do Estado Islâmico, bem no momento em que
eles decepavam a cabeça de mais um jornalista. Na ONU, o Brasil se recusou a
assinar acordo para eliminar os desmatamentos até 2030.
São
muitos os equívocos que vêm sendo colecionados pela diplomacia petista desde os
tempos primais de Lula. Por exemplo, foi mais que deserta a afasia dos
diplomatas face às retaliações do governo castrista aos dissidentes políticos
cubanos que fizeram greve de fome. Para Lula eram ladrões de galinha.
Quando o
planeta inteiro se mostrou indignado com a violência perpetrada pelo governo
sírio contra a população civil que protestava contra o status quo, nossos
diplomatas não esboçaram indignação e tomaram a atitude de procrastinar uma
ação de tom humanitário ou mesmo iluminista. Insistiram na confabulação animosa
com o ditador Bashar AL-Assad. Fomos isolados e ridicularizados
internacionalmente.
É bom
lembrarmos juntos que a diplomacia do PT tem mesmo uma tendência de apoiar as
ditaduras. Quantas vezes o iraniano Mahmoud Ahmadinejad não foi paparicado.
Lula chegou a ir para Teerã para evitar ações que acabassem com o programa
nuclear iraniano. Coisa que a CIA, o MI6, a Abin e até a baiana do acarajé
sabem que só vai dar em bomba atômica.
Somos
amigos do ditador Mugabe, lá do Zimbabue; de José Eduardo dos Santos, de
Angola; fomos de Hugo Chávez, da Venezuela, e estamos com seu precursor Nicolas
Maduro e todos os bolivarianos; com as Farc, então! Lembre-se que presidente
destituído de Honduras, Manuel Zelaya, fez da nossa embaixada em Tegucigalpa
seu escritório particular. O governo da Bolívia expropriou uma instalação da
Petrobras e nossos diplomatas enfiaram a cebeça no chão. Os agricultores
brasileiros que atuam na área de fronteira vêm sendo expulsos pela Bolívia e
não têm apoio do nosso governo.
Por sua
atitude, o Brasil vem sofrendo derrotas em várias vertentes, como por exemplo
quando defendeu o egípcio e antissemita Farouk Hosni para dirigir a Unesco. Não
teve nenhum apoio. Dilma esteve na China e ignorou completamente o tema
direitos humanos. E tem amor pela Coreia do Norte. Somos
terceiro-mundistas. Estados Unidos, Alemanha, França e Inglaterra? somos
contra.
Política
externa é coisa de estado. Não dos companheiros. E como bem diria Ruy Barbosa
ao neo-Itamaraty: “Sabe nada, inocente”.
*
Jolivaldo Freitas é jornalista e escritor
FONTE diplomatizzando
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