Os Três Porquinhos Reaças
Felipe Melo
Era uma vez três porquinhos: Cícero, Heitor e Prático. Um belo dia, os três porquinhos decidiram sair da casa de sua mãe e construir as próprias casas. Cícero construiu para si uma casa de palha, Heitor, uma casa de madeira, e Prático, uma casa de tijolos. Cícero e Heitor construíram rapidamente suas casas, enquanto Prático demorou mais para construir a sua, já que era mais difícil erguer paredes de tijolos do que de palha ou de madeira.
Era uma vez três porquinhos: Cícero, Heitor e Prático. Um belo dia, os três porquinhos decidiram sair da casa de sua mãe e construir as próprias casas. Cícero construiu para si uma casa de palha, Heitor, uma casa de madeira, e Prático, uma casa de tijolos. Cícero e Heitor construíram rapidamente suas casas, enquanto Prático demorou mais para construir a sua, já que era mais difícil erguer paredes de tijolos do que de palha ou de madeira.
Certa vez, apareceu um lobo nas redondezas. Movido por sua natureza
predatória, o lobo quis devorar os porquinhos. Indo à casa de Cícero, o
lobo bateu à porta. Cícero se escondeu, mas o lobo derrubou a casa com
seu poderoso sopro, fazendo Cícero fugir. Em seguida, o lobo foi à casa
de Heitor, que também se escondeu quando o lobo bateu à porta.
Novamente, o lobo usou seu sopro poderoso, derrubando a casa do segundo
porquinho, que fugiu para a casa de seu irmão Prático – onde encontrou
Cícero, que fugira para lá antes.
O lobo, então, foi à casa de Prático. Tentou derrubar a casa, mas
não conseguiu, pois a casa de tijolos era bem forte. Então, o lobo
empreendeu uma nova tática e, vendo que a casa tinha uma chaminé, tentou
usá-la para entrar na casa. No entanto, Prático acendeu o fogo e pôs
sobre ele uma panela, que começou a queimar a cauda do lobo. O lobo
fugiu, machucado, e os porquinhos ficaram a salvo. Mas não por muito
tempo.
Dias depois, todos os jornais noticiaram que o pobre lobo havia
sido discriminado pelos três porquinhos, que haviam adotado uma postura
conservadora e reacionária contra o lobo por não quererem entender a sua
natureza. O lobo entrou com uma representação na Secretaria Especial da
Igualdade Animal da Presidência da República, que encaminhou o caso ao
Ministério Público Animal. O Ministério Público Animal, após alguns dias
de investigação, encaminhou denúncia à Justiça Animal contra os três
porquinhos por especismo (preconceito contra uma espécie) e tentativa de
lupicídio. Diversas ONGs do movimento lupino promoveram “esculachos” na
frente da casa dos porquinhos, denunciando o inaceitável
conservadorismo suíno. O Conselho Lupinista Missionário publicou uma
carta-aberta do lobo, denunciando que o ato cometido contra ele pelos
porquinhos representava o genocídio que a nação lupina sofria nas mãos
da elite suína.
A comoção nacional foi geral. Passeatas foram convocadas nas redes
sociais contra o genocídio lupino, os revoltados acrescentando em seus
nomes o termo Loboni-Uivoá em homenagem ao pobre lobo. Personalidades
animais manifestaram-se no Twitter, deram declarações a jornais e
revistas, e até um vídeo foi elaborado com atores de uma prestigiosa
emissora de televisão para sensibilizar as pessoas. O Executivo criou a
Campanha do Despanelamento com a justificativa de recolher as panelas
clandestinas para reduzir os índices de violência e promover uma cultura
de paz. As ONGs do movimento lupino entraram com uma ação de
expropriação contra os porquinhos com base em estudos que apontavam que
aquela região pertencia originalmente aos ancestrais lupinos, expulsos
dali pelo agronegócio suíno muitas décadas antes. A Justiça Animal
considerou a ação procedente, acatou o pedido e despejou os porquinhos,
ordem que foi cumprida pela Força de Segurança Animal, dando a casa para
o lobo. Presos, os porquinhos foram condenados pela Justiça Animal
pelos crimes de tentativa de lupicídio e especismo, o que rendeu a eles
uma pena bastante pesada. Importantes apoiadores da causa lupina, como o
Frei Lobonardo Boff, disseram que aquele era um dia especial para todas
as vítimas do especismo reacionário dos porcos brancos de olhos azuis, e
outros aplaudiram a decisão da Justiça Animal, que certamente
representava a valorização das lutas históricas dos povos lupinos.
Fonte:http://unbconservadora.blogspot.com.br/
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