Jornalista Andrade Junior

domingo, 24 de março de 2013

Contribuindo com a Comissão da Verdade XI

Anos de Chumbo III 

 Algumas verdades, muitas meias verdades e inúmeras omissões.
Por Maria Joseíta Silva Brilhante Ustra
www.averdadesufocada.com
Nos dias  25  e 26 de fevereiro reproduzimos neste site, na seção LUTA ARMADA, a matéria publicada em Aventuras na História - Editora Abril - "Brasil Anos de Chumbo",  de Tiago Cordeiro, que usa, entre outras fontes, os  livros A Ditadura Envergonhada e a Ditadura Escancarada, de Élio Gáspari , O Fantasma da Revolução Brasileira, de Marcelo Ridenti e A Verdade Sufocada, de Carlos Alberto Brilhante Ustra, além de dados do Arquivo Público do Estado de São Paulo e declarações de alguns ex-militantes de organizações terroristas que atuaram na luta armada.
No momento em que o governo  criou a Comissão da Verdade, é uma matéria de difusão oportuna,   para que os jovens, ou melhor  os brasileiros, tomem conhecimento de alguns fatos que ocorriam nas décadas de 60 e 70.
A respeito dessa matéria, nós, do site www.averdadesufocada.com  , temos  algumas considerações a fazer, pois partes  importantes dessa história não foram reveladas. A reportagem é muito interessante, mas peca pela omissão de alguns "detalhes".

 Para entender melhor leia nos links abaixo partes da matéria:

Anos de Chumbo I : http://www.averdadesufocada.com/index.php?option=com_content&task=view&id=4776&Itemid=100 


 Sistematicamente, as ações criminosas praticadas naquela  época, são omitidas ou suavizadas pela  esquerda radical e simpatizantes da ideologia, tanto por políticos oportunistas  de todas as correntes, como por muitos formadores de opinião - professores, artistas e grande parte da mídia.
Este procedimento é bastante grave, pois pouco a pouco, a história daquele período vem sendo reescrita  por ex-militantes  das organizações terroristas, que usam verbas do governo, pois são membros do poder ou por ele já passaram. Esta prática recebe, ainda, o apoio e o reforço de Ongs de ex-militantes subsidiadas pelo governo.
 Para  contarem a história a seu modo, apresentam-se como vítimas, e escondem a verdadeira motivação para a luta armada - a formação do Exército do Povo para a tomada  do poder e a implantação de uma ditadura baseada no modelo cubano, soviético ou chinês.
Os subversivos  que morreram na luta armada são cultuados como heróis, tem seus nomes em ruas, praças , em monumentos e memoriais. Suas famílias são indenizadas, suas mortes são pranteadas e relembradas em cerimônias no Congresso Nacional.
Por outro lado, perguntem a qualquer pessoa, que não seja estudiosa desse período, quantos assassinatos eles cometeram . Perguntem quantos companheiros de luta armada eles "justiçaram". Ninguém sabe. Muito menos o nome das 119 vítimas e dos mais de 1000 cidadãos  que ficaram com sequelas graves provocadas pelas ações terroristas durante a luta armada
Os que estão vivos ocupam cargos importantes no governo e muitos são eleitos pelo povo para o legislativo.
Após a permanente lavagem cerebral, imposta pela propaganda maciça, muitos acham que jogar bombas, assassinar inocentes a sangue frio e até companheiros de luta, são atos de doação e de coragem.
Leiam esse trecho da matéria de Tiago  Cordeiro:

" Não adianta ser humanista. A história come gente", diz Paulo Jabur",  o mesmo que dá  ao repórter Tiago Cordeiro o depoimento abaixo:
Paulo Jabur, carioca, fotógrafo, 61 anos :

" Em 1971, eu saía da faculdade de manhã , fazia ação armada na hora do almoço e ia trabalhar à tarde - o que eu mais gostava de fazer era amarrar dois policiais  em um poste , algemados um de frente para o outro , e depois tocar fogo na viatura. No começo, cada expropriação bancária era uma forma de fazer propaganda. Líamos manifestos e fazíamos um rápido discurso..."
Omitiu que, nessas ocasiões, as armas dos policiais eram roubadas e que, muitas vezes, nessas ações e nos assaltos ( que chamam de expropriação), assassinavam quem tentasse reação e, algumas vezes, também, inocentes clientes dos bancos  ou transeuntes .
Abaixo, ainda destacamos, da mesma reportagem, o depoimento  de:
"Maria do Amparo Araújo, pernambucana , coordenadora do grupo Tortura Nunca Mais em Recife, 57 anos:
Quando entrei na ALN em 1967, eu tinha 16 anos. Minha função era cuidar das armas e mapear os lugares para as ações armadas. Em 1971, fui morar com um militante , Iuri Xavier. Era bom que casais vivessem no aparelho , dava uma aparência de normalidade ao lugar. Acabamos nos casando - "casando" é modo de dizer: fizemos um almoço para uns três conhecidos. O Iuri morreu em tiroteio, em 1972, e foi enterrado em São Paulo como indigente. Depois morei com outros dois militantes, que também desapareceram. "
Maria do Amparo também omite alguns dados em suas declarações.  
 Primeiro: Iuri Xavier  não foi enterrado como indigente  e sim, conforme a lei, com o nome falso que constava dos documentos que portava no momento de sua morte.
Conforme o site www.desaparecidospolíticos.org.br/perus , em 1973, a família de Iuri e Alex Xavier Pereira, procurou o administrador do Cemitério de Perus que localizou o sepultamento. Em novembro de 1980 a família de Iuri retirou do Cemitério de Perus os seus restos mortais , assim como os de seu irmão Alex e os sepultou no Cemitério de Inhaúma, no Rio de Janeiro.                      
Segundo: que foram muitas as suas participações nas ações armadas, assaltos em fábricas, em bancos, empresas e "justiçamentos ".
No livro "Mulheres que foram à luta armada ", de Luiz Maklouf , ela deu o seguinte depoimento:
(...)"participei dos levantamentos necessários à execução do Jacques Alvarenga. passei dias , talvez semanas , observabdo o local de trabalho dele, que horas chegava , que horas ele saía, a quantidade de pessoas que circulavam na região, o tipo, se havia policiamento , engarrafamentos, se ele saía só, acompanhado, etc"
Leiam abaixo como foi uma das  ações dos  " heróis que lutaram pela liberdade", dos  "humanistas " de uma "geração que se doou", segundo eles.
 "Justiçamento" de Jacques Moreira de Alvarenga - 28/06/1973Um dos poucos militantes que restavam da Resistência Armada Nacionalista - RAN -, era o professor Jacques Moreira de Alvarenga.             
Jacques, para sua infelicidade, no curso onde dava aulas para vestibulandos, conheceu e tornou-se amigo de Merival Araújo, o “Zé”, da ALN, um dos participantes do assassinato do delegado Octávio Gonçalves Moreira Júnior.
No dia 22 de fevereiro de 1973, a RAN, necessitando de armas, assaltou a 16ª Inspetoria da Guarda Noturna, órgão existente na época, na Rua Uruguai, na Tijuca, Rio de Janeiro.
Por segurança, o professor Jacques recebeu de Júlio Ferreira Rosas Filho um pacote com algumas das armas roubadas e a incumbência de se desfazer delas, já que os militantes da RAN estavam sendo presos.
O “Professor”, como era conhecido, entregou as armas ao amigo e militante da ALN Merival Araújo.
No dia 5 de abril de 1973, foi a vez do “comandante Amadeu” ser preso e “entregar” vários militantes da RAN, inclusive o professor Jacques, que também foi preso.
Durante seus depoimentos na polícia, o professor “abriu” um contato que teria com Merival. Também preso, Merival “abriu um ponto”. Levado ao local para a “cobertura”, tentou fugir e foi morto.
A ALN perdeu um dos seus “quadros” mais ativos e violentos e jamais perdoaria o professor Jacques. A libertação do “Professor”, um mês depois, deixou a ALN excitada. Era preciso vingar Merival e, para isso, os seus militantes tinham prática. Já haviam “justiçado”, só nesse ano, duas pessoas. O “Tribunal Revolucionário” foi novamente convocado e o professor Jacques condenado à morte, sem direito à apelação.
Maria do Amparo, especialista no assunto, fez  com precisão  todo o levantamento - horário em que  o " Professor" chegava ao  Colégio Veiga de Almeida, horário de saída, movimento no local e o momento melhor para a prática da ação. Tudo pronto e mapeado, em 28 de junho de 1973, às 11h15, o companheiro de Maria do Amparo, Thomaz Antônio da Silva Meirelles Neto, “Luís”, um dos mais violentos militantes da ALN, que também participara do assassinato do delegado Octávio, chefiando dois militantes da ALN, nunca identificados, rendeu o porteiro do Colégio Veiga de Almeida, da Rua São Francisco Xavier, na Tijuca.
Invadiram a escola e encontraram o professor Jacques sentado numa sala de aula, redigindo uma prova para os vestibulandos do curso MCB. Quatro tiros de pistola .45 mataram o professor, menos de três semanas depois de ter sido solto.
As paredes foram pichadas  com a sigla ALN . Um cadáver, muito sangue no chão , foi o que encontraram os policiais ao chegarem no local.
Para os terroristas, o “Tribunal Revolucionário” detinha o poder da vida e da morte e esse ato covarde não era assassinato,  era um “justiçamento”. Na realidade foi mais um crime dos comunistas brasileiros.
Fontes: Orvil
              Mulheres que foram à luta Armada, de Luiz Maklouf
              A Verdade Sufocada, de Carlos Alberto Brilhante Ustra
               www.aventurasnahistória.com.br

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