Contrarrevolução de 64: Cumprimento constitucional do dever Por Aileda de Mattos Oliveira* Ao obstruírem o direito que é facultado a todos os cidadãos, por força de lei, de respirarem uma democracia oxigenada na total liberdade de manifestação, independente de cor política; ao imporem impedimentos às Forças Armadas de comemorarem as suas mais caras datas simbólicas, fica atestada, publicamente, a forma autoritária de governo dos que temem, dos que estão inseguros de sua força de persuasão no seio da grande massa, permeável, é certo, porém, muito mais propensa à diversão do que à doutrinação.
Esqueceram-se de que há uma considerável parcela da sociedade de sã memória, de valores incontestáveis, e que reviverá, sempre, as datas consagradas aos movimentos de libertação da Nação Brasileira, os quais a impediram de transformar-se num gigantesco satélite do totalitarismo vermelho.
Apesar dos párias políticos que pululam em todos os setores do governo e que, prazerosamente, se abastecem do dinheiro público; apesar de esses párias escolherem como alvo de suas perseguições instituições altamente credenciadas, permanecem elas silenciosas, mas vigilantes, no cumprimento do dever e na fidelidade ao Estado Brasileiro. Entidades, rígida e disciplinarmente constituídas, seguidoras da Lei Maior, quanto à segurança e à defesa do país, irrompem nos momentos em que o comportamento anárquico dos incentivadores da desorganização do regime põe em perigo a estabilidade do ainda inconsistente sistema republicano brasileiro.
A parte da sociedade que não se deixa submeter às distorções doutrinárias há que comemorar, há que exaltar a data em que foi desestruturado mais um desses movimentos traiçoeiros de implantar no Brasil a ingovernabilidade com objetivos de impor um regime, cujas diretrizes vinham sendo traçadas e determinadas, de fora, pelo totalitarismo estrangeiro, alimentado por ideologias incompatíveis com as mais caras tradições brasileiras. Há que comemorar, há que exaltar o dia 31 de Março de 1964, quando os militares sustentaram a pesada carga que lhes caiu sobre os ombros, em nome da integridade do Estado Brasileiro, de seu patrimônio cultural, de sua História, escrita por homens de distintas etnias, e que não poderia sofrer os arranhões da histeria vermelha.
Há quarenta e nove anos, povo, imprensa e outras instituições não esperaram o desastre acontecer e clamaram pela presença das Forças Armadas e deram a elas irrestrito apoio para que o país retornasse ao estado de direito, mantivesse intacto o patrimônio público e privado, ameaçado pela turba insana, dirigida por líderes negativos, dispostos a restringir a liberdade de seus opositores e das instituições, liberdade duramente conquistada pela FEB, nos campos da Itália, na Segunda Guerra Mundial.
Hoje, hipócritas, escorregadios, povo, imprensa e outras instituições, todos carregando o imbecil epíteto de “sociedade civil”, dependentes do erário, seja pelos benefícios financeiros da publicidade governamental, seja pelo assistencialismo mantenedor da ignorância popular, seja, ainda, pela compra de identidade de órgãos carnavalescos, já dominados pelos tentáculos da torpe política de inseminação ideológica, que lhes determina o enredo a ser desenvolvido num carnaval de arranjos e manobras ocultas [1]. Todos iconoclastas, a serviço do niilismo que domina a alma (será que eles a têm?) dos que, por atavismo, regrediram a um estágio de degradação moral.
Há, sim, que comemorar a grande data nacional, quando os militares, em cumprimento constitucional do dever, mais uma vez, enfrentaram outra geração de renegados, de complexados elementos que, por acaso, aqui nasceram, mas sempre estiveram a serviço de caudilhos estrangeiros e a eles submetidos, reduzindo-se a serviçais seguidores de uma doentia doutrina secretora de viscosa retórica de subversão da lógica natural.
Torna-se, pois, a Contrarrevolução de 64 um marco histórico, momento crucial em que os militares, RESOLUTAMENTE, abraçaram o Brasil, impedindo-o de que fosse tragado pelo lamaçal pútrido de ideias já ensanguentadas pela vermelhidão da bandeira alienígena.
A “sociedade civil”, presa fácil em razão das facilidades que lhe concedem os governantes; fantoche da política rasa que lhe proporciona contínuos direitos, sem exigência de deveres; fingindo que não vê as rachaduras nas leis penais que instituem o crime como norma; essa dócil “sociedade civil”, gado manso que segue o cheiro das bolsas, das cotas, do dinheiro público, em direção ao curral prisional de suas consciências, quando a última porteira se fechar atrás de si, clamará, tardiamente, pela presença dos militares, relegados, agora, por essa tropa de mulas que não deve, em hipótese alguma, ser chamada ‘povo’.
Quarenta e nove anos se passaram, mas os vermes criados em laboratórios doutrinários robusteceram-se e ameaçam, novamente, o equilíbrio nacional, com a sua devastadora gana de poder e de destruição. Eis a razão para que se mantenham vivas as lembranças dos lastimáveis fatos que levaram à confrontação os Defensores Constitucionais do Brasil e os traidores que desejavam destruí-lo, títeres de governos totalitários, controladores de seus destinos.
Eis a razão para que não se permita o esquecimento, a negação, a ignorância dos verdadeiros motivos que determinaram a Contrarrevolução de 64, pois o Tempo é História, nele está registrado esse momento de grandes lutas, em favor de um país livre dessa mancha vermelha que tenta, no seu retorno, cobrir a terra brasileira, torná-la estéril de valores humanísticos para mais facilmente dominá-la. Rápida é a destruição de um país; vagaroso é o seu desenvolvimento por aqueles que o desprezam e pretendem transformá-lo numa cópia de certo Estado sul-americano, cujas Forças Armadas, dizem as notícias, já estão sob o comando de militares do mesmo credo político, mas de outra bandeira.
Que as sucessivas gerações de militares façam permanecer o dia 31 de Março de 64 como símbolo da reação das Forças Armadas Brasileiras, que cumpriram o seu dever, de acordo com a Constituição vigente, e mantiveram-se fiéis na defesa do Brasil contra a invasão estrangeira, representada por sub-brasileiros, usados por velhacos tiranos que lhes abastardaram o raciocínio pelo enfraquecimento da resistência psicológica, a fim de torná-los cativos da degenerativa doutrina comuno-gramscista.
[1] Uma agremiação carnavalesca fez da imagem de Che Guevara o símbolo de sua escola nos instrumentos e camisas.
(*Dr.ª em Língua Portuguesa, membro da Academia Brasileira de Defesa, articulista do Jornal Inconfidência).
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