REINALDO AZEVEDO
Enem – Mercadante tenta um truque novo para enganar os incautos. Ou seria “incaltos”, Voça Inselensa?
O
MEC, por intermédio do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais), julga estar lidando com um bando de idiotas. Em muitos
casos, é mesmo verdade. Afinal, o Enem, com todos os seus absurdos, a
despeito de todas as suas barbaridades (e não só na prova de redação), é
tratado como um sucesso, não é mesmo? No extremo da imbecilidade, há
até quem saúde o “fim do vestibular”, como se o Enem fosse outra coisa… É
o maior vestibular da Terra — só que mais incompetente do que a larga
maioria.
Agora o
Inep anuncia que vai mudar a regra e passará a zerar redações que apelem
a brincadeiras no corpo do texto. Trata-se de uma medida trapaceira,
que pode até mesmo provocar novas injustiças. A turma de Aloizio
Mercadante, o ministro da tese-miojo, está tentando enganar a plateia.
Esse critério já existe. Há cinco razões que podem zerar uma redação.
Prestem atenção à primeira:
Razão 1 – Não atender à proposta solicitada ou apresentar outra estrutura textual que não seja a do tipo dissertativo-argumentativo.
Razão 2 – Deixar a folha de redação em branco.
Razão 3 – Escrever menos de sete linhas na folha de redação, o que configura “texto insuficiente”. Linhas com cópias do texto de apoio fornecido no caderno de questões não são consideradas na contagem do número mínimo de linhas.
Razão 4 – Escrever impropérios, fazer desenhos e outras formas propositais de anulação.
Razão 5 – Desrespeitar os direitos humanos.
Razão 1 – Não atender à proposta solicitada ou apresentar outra estrutura textual que não seja a do tipo dissertativo-argumentativo.
Razão 2 – Deixar a folha de redação em branco.
Razão 3 – Escrever menos de sete linhas na folha de redação, o que configura “texto insuficiente”. Linhas com cópias do texto de apoio fornecido no caderno de questões não são consideradas na contagem do número mínimo de linhas.
Razão 4 – Escrever impropérios, fazer desenhos e outras formas propositais de anulação.
Razão 5 – Desrespeitar os direitos humanos.
Do modo
como a correção é xucra, dada a forma como é selecionada a mão de obra,
essa “nova orientação” poderia até mesmo acabar punindo o aluno que faz
uma citação pertinente, ainda que engraçada.
O MEC está
fazendo de conta que não entendeu o problema — mas entendeu e não tem
resposta para ele. E o nome do problema é “qualidade da correção”. Está
na cara que as redações com a receita de miojo e o Hino do Palmeiras não
foram nem mesmo lidas. Bateram o olho do primeiro e no último
parágrafos e pimba! Tascaram a nota do candidato.
Que
resposta terá o Inep para as redações que obtiveram a pontuação máxima,
mesmo a apelando a delicadezas como “enchergar”, “trousse” e “rasoavel”?
Nesse caso, há uma hipótese ainda mais grave do que ler apenas o
primeiro e o último parágrafos: o próprio corretor não conhecer a norma
culta.
É
plausível? É mais do que plausível! É muito possível. Vejam post há
pouco publicado com o testemunho de um professora gaúcha, contratada
para fazer a correção. Ela informa que não houve processo nenhum de
seleção, nada! Tudo funciona na base do “QI”, do “Quem Indica”. Depois,
há um treinamento mixuruca feito pela Internet. Na única reunião
“presencial” (como eu detesto essa palavra, hoje empregada por 11 entre
10 pilantras que lidam com educação!; não nem todo mundo que a emprega é
pilantra), os corretores foram orientados a pegar leve, incitados,
claramente, a mascarar os resultados.
É com esse
rigor científico que o ministro da tese-miojo pretende promover uma
revolução no currículo do ensino médio. Não que o sistema não deva
passar por correções de rumo e coisa e tal. Ocorre que há questões
relevante não-respondidas:
a: é essa a prioridade?;
b: o governo federal dispõe de massa crítica para tanto?;
c: o saber gerado pelo Enem serve de norte?
a: é essa a prioridade?;
b: o governo federal dispõe de massa crítica para tanto?;
c: o saber gerado pelo Enem serve de norte?
Já nem
digo que os desastres na educação estão sendo produzidos sob o silêncio
cúmplice da maioria dos especialistas porque, nessa área, a maioria dos
especialistas está orientada por critérios exclusivamente ideológicos. O
Brasil deve ser o único país do mundo em que a educação ainda é vista
como campo principal da luta de classes. Em vez de se criarem as
condições, então, para que os pobres ascendam intelectualmente, por
intermédio de políticas de qualificação, busca-se a aplicação de
mecanismos de “justiça social”. Nem na Cuba comunista é assim… E, sim,
há alguns poucos que têm alertado para os desatinos. Estão certos, mas
não encontram eco político para a sua crítica.
O
resultado é esse que estamos vendo, ano após ano. São inúmeros os países
que saíram do atraso — não da linha da miséria dos R$ 70… — tendo a
educação como um dos instrumentos da grande virada. Não foi o único, é
certo. Na atual batida, é evidente que isso não acontecerá com o Brasil.
Há dez anos no poder, o PT se ocupa em produzir números vistosos para
sair exibindo por aí. São monumentalidades ocas.
Pior: estão sendo criadas amarras que nos roubam também o futuro.
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