Porque a intervenção militar foi necessária.
31 de Março de 1964 – A contra-revolução democrática
Por Alessandro Barreta Garcia
Nada mais falso do que afirmar
que a esquerda brasileira lutou por democracia. Nunca lutaram, e
continuam não lutando. Vamos aos fatos. As características do comunismo
mundial são muito claras, Brown (2012) as apresenta da seguinte forma,
elas são; políticas, econômicas e hoje, especialmente ideológicas. Na
política destacam-se o monopólio dos ministérios, polícia e forças
armadas ou todas as instituições, a serem controladas pelo partido.
Havendo também, o chamado centralismo, onde se discutia o que deveria
ser feito e a partir dessa discussão chegava-se a uma conformidade,
dessa, a disciplina e a sujeição às ordens por todo partido era uma
condição inquestionável (principio do totalitarismo).
Na econômica desenvolvia-se uma oposição a economia de mercado, com exceções na agricultura e em algumas atividades econômicas. A grande predominância do mercado não agrícola era especificamente estatal, portanto uma economia de comando, ou seja, de cima para baixo, e não do mercado consumidor e fornecedor para a produção.
A categoria ideológica era fundamental para alimentar o sonho comunista, sempre baseado na crença, inspiração e na motivação. Deste sonho utópico as desgraças iam ocorrendo, e o povo sempre com aquela velha convicção de que tudo um dia iria melhorar acreditava piamente neste nefasto regime. Tentando sempre justificar a realidade contraditória de paraíso, com um ideário ainda a ser completado, o objetivo nunca era efetivamente alcançado. O abandono destas convicções era irremediavelmente uma tragédia para a continuidade do sonho inalcançável do comunismo. Em síntese, uma consciência internacional alimentando ideologicamente o partido era fator indispensável para nutrir as massas ignorantes e úteis ao partido.
Na econômica desenvolvia-se uma oposição a economia de mercado, com exceções na agricultura e em algumas atividades econômicas. A grande predominância do mercado não agrícola era especificamente estatal, portanto uma economia de comando, ou seja, de cima para baixo, e não do mercado consumidor e fornecedor para a produção.
A categoria ideológica era fundamental para alimentar o sonho comunista, sempre baseado na crença, inspiração e na motivação. Deste sonho utópico as desgraças iam ocorrendo, e o povo sempre com aquela velha convicção de que tudo um dia iria melhorar acreditava piamente neste nefasto regime. Tentando sempre justificar a realidade contraditória de paraíso, com um ideário ainda a ser completado, o objetivo nunca era efetivamente alcançado. O abandono destas convicções era irremediavelmente uma tragédia para a continuidade do sonho inalcançável do comunismo. Em síntese, uma consciência internacional alimentando ideologicamente o partido era fator indispensável para nutrir as massas ignorantes e úteis ao partido.
Na luta de classes ocorrida em
toda a história, burguesia e proletariado sintetizam a luta em nosso
tempo. Para por fim a burguesia, o proletário teria de pegar em armas,
essas produzidas pelos próprios burgueses, e usá-las conta eles. Por
meio da violência revolucionária, o proletariado é a antítese do burguês
no qual é a tese. Como síntese, o comunismo teria de ocorrer sem
estado, classes, trabalho alienado e propriedade. Antes disso, se faz
necessário a ditadura do proletariado.
Nesse sentido Paim (2005):
Lenine lembra e enfatiza que
Marx, reiteradamente, atribuiu à violência o papel de parteira da
história, como escreve, citando Engels, "ela é a parteira de qualquer
sociedade velha que transporta uma nova sociedade nas entranhas; ela é o
instrumento em virtude do qual o movimento social domina e estilhaça as
formas políticas petrificadas e mortas." (PAIM, 2005, p.65).
Isto, posto, o totalitarismo do
proletariado comunista é notadamente violento, antidemocrático e
contrário a qualquer lei dos direitos humanos. Para os comunistas não
existe a possibilidade de substituir a burguesia pelo proletariado sem
eliminar a primeira. A luta de classes, portanto eliminaria totalmente a
classe oponente, e qualquer oposição era sinônima de correção por meio
do terror. Minha pergunta é. Era isso que o Brasil queria? A resposta é
não.
Para Bueno (2010), a Marcha da
Família com Deus pela Liberdade, mobilização em favor da democracia e da
contra-revolução militar. A marcha para impedir o comunismo no Brasil
foi impressionantemente maior que os movimentos sindicais. Uma
mobilização de 500 mil pessoas. Todos pela contra-revolução democrática.
No dia 2 de abril de 1964, 1 milhão de pessoas saldava o regime
militar. Era “A marcha da vitória”.
Por que a intervenção militar foi necessária?
Segundo Gorender (2003) no inicio
dos anos 60 as reformas de base esboçavam o prenúncio de uma
pré-revolução da esquerda. Nessa época, precisamente em 1962, Amazonas,
Grabois e Pomar articulam o que para eles seria o verdadeiro partido
comunista, o PC do B (Partido Comunista do Brasil). Separando-se do PCB
(Partido Comunista Brasileiro) anteriormente chamado de PCB (Partido
Comunista do Brasil), o PC do B surgia como o verdadeiro partido dos
proletariados. Sua tarefa seria impor imediatamente o anti-imperialismo,
alinhando-se ao partido comunista da China, Grabois enaltecia Mao
Tse-tung.
Para Rollemberg (2001):
Cuba apoiou concretamente os
brasileiros em três momentos diferentes. O primeiro, como disse, foi
anterior ao golpe civil-militar. Nesse momento, o contato do governo
cubano era com as Ligas Camponesas. Após a instauração do novo regime e,
desarticulada as Ligas, o apoio cubano foi dado ao grupo liderado por
Leonel Brizola, composto de outras lideranças dos movimentos sociais do
período pré- 1964, tendo como base os sargentos e marinheiros expulsos
das Forças Armadas. A partir de 1967, desmobilizadas as tentativas de
implantação da guerrilha ligadas a este grupo, Carlos Marighella,
presente na Conferência da OLAS, surgiu, para os cubanos, como o grande
nome da revolução no Brasil. Daí até o início dos 1970, Cuba treinou
guerrilheiros de organizações de vanguarda que seguram o caminho da luta
armada, principalmente, da ALN, da VRP e do MR-8 (ROLLEMBERG, 2001, p.
19-20)[1].
Em busca de uma
reforma agrária, em oposição à industrialização e predomínio do estado
no curso do desenvolvimento econômico brasileiro, nos anos de 1955 já
era possível observar o desenvolvimento das Ligas Camponesas. Francisco
Julião foi o idealizador da época. Dessa forma: “Seu lema era levar
“justiça ao campo” através da reforma agrária, “na lei ou na marra”, o
que implicava em invasões de propriedades rurais, criando um clima de
terror em parte da elite brasileira” (PRIORE e VENANCIO, 2010, p.273).
Nesse clima de terror pelo qual antecedia a contra-revolução de 1964, o
Brasil se encontrava com o perigo de uma revolução do proletariado, esta
que certamente tomaria o caminho das revoluções típicas da mentalidade
comunista internacional. O Brasil com os militares afastava-se do terror
da URSS, China e Cuba, só para citar alguns.
Parabéns guerreiros.
Uma singela homenagem àqueles que foram os verdadeiros guardiões de
nossa democracia, bem como do estado de direito, este pelo qual gozamos
por enquanto. Salve 31 de março de 1964, uma data de comemoração e de
reflexão a caminho da eterna anulação do comunismo. O regime do ódio,
das mortes e do terror.
REFERÊNCIAS
BROWN, A. Ascensão e queda do comunismo. Tradução de Bruno Casotti. – 2ª Ed. Rio de Janeiro: Record, 2012.
BUENO, E. Brasil: uma história: cinco séculos de um país em construção. São Paulo: Leya, 2010.
GORENDER, J. Combate nas trevas. A esquerda brasileira: das ilusões perdidas à luta armada. 5a edição. São Paulo, Ática, 1998.
PAIM, A. Avaliação do marxismo e descendência. Lisboa, 2005. http://www.institutodehumanidades.com.br/arquivos/avaliacao_do_marxismo%20_1_.pdf
PRIORE, M, VENANCIO, R. Uma breve história do Brasil. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2010.
ROLLEMBERG, D. O apoio de Cuba à luta armada no Brasil. Rio de Janeiro: Mauad, 2001.
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[1] ALN (refere-se à Ação
Libertadora Nacional), VRP (Vanguarda Popular Revolucionária) e MR-8
(Movimento Revolucionário – 8 de Outubro).
Fonte: www.alessandrogarcia.org
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