Prédios do “Minha Casa Minha Vida” destinados a desabrigados do Morro do Bumba podem desabar
Do Jornal Nacional:
Cidadãos
brasileiros que sobreviveram à tragédia do Morro do Bumba, em Niterói,
no estado do Rio de Janeiro, há três anos, ainda não recuperaram um
teto. A construção dos apartamentos que eles receberiam parou,
simplesmente porque prédios do condomínio que custou R$ 22 milhões
correm risco de desabar.
As imagens
das rachaduras podem ser vistas do alto. De perto, não deixam dúvidas
de que a construção está em risco. Elas aparecem em pelo menos dois dos
11 prédios do conjunto habitacional no bairro Fonseca, em Niterói. São
obras do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, para onde
irão vítimas das chuvas que atingiram a cidade há quase três anos.
São 454
famílias do Morro do Bumba, uma favela construída em cima de um antigo
lixão que desmoronou, matando 47 pessoas. Algumas, até hoje, vivem em
abrigos.
As obras
deveriam ficar prontas em junho. Mas a empresa responsável informou que
neste momento os trabalhos estão paralisados. Um gerente da empresa
afirmou que dois prédios vão ser demolidos.
“O grande
acúmulo de água acabou levando o solo e acabou causando trincas no
empreendimento. A gente vai demolir os prédios e fazer novamente. Não
vai nem fazer reforço, não vai fazer nada. Vai colocar o chão para poder
fazer de novo essa situação para ter maior segurança”, declarou
Waldemar Neto, gerente da Imperial Serviços LTDA.
Cada
edifício custou R$ 2 milhões. A Caixa Econômica Federal, que financia o
projeto, aguarda um laudo técnico para avaliar quem vai arcar com esses
gastos.
“Se se
caracterizar como acidente de obra, quem paga é um seguro, porque todas
as obras da casa têm um seguro, e essa seguradora será chamada para
botar o recurso necessário. Ou se tiver problema de vício da construção,
a construtora, como responsável técnica, que paga”, disse José Duarte,
vice-presidente de Governo e Habitação.
A Imperial
Serviços disse que engenheiros estão avaliando se há riscos em outros
edifícios. E ainda não tem um novo prazo para a entrega da obra. A
prefeitura de Niterói declarou que três mil famílias que ainda estão sem
casa recebem um aluguel social pago pelo governo do estado no valor de
R$ 400.
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