Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa: Com Blog do Noblat - O Globo
Será que estamos viciados em reclamar? Tenho a impressão que sim. O que
realmente importa é deixado de lado. Já os penduricalhos, esses são
levados a sério.
O que foi que o Ministério da Cultura dos governos Lula/Dilma fez de importante para a Cultura brasileira? Criou a TV Brasil, essa maravilha que não sai do traço? Beneficiou o Brasil, onde, como?
O que foi que o Ministério da Cultura dos governos Lula/Dilma fez de importante para a Cultura brasileira? Criou a TV Brasil, essa maravilha que não sai do traço? Beneficiou o Brasil, onde, como?
Aqui no Rio temos a Biblioteca Nacional que guarda o que D.João VI
trouxe da Torre do Tombo, quando veio fugido de Napoleão para cá. Pois
bem, a longa viagem pelo Atlântico não fez um centésimo do mal que o
descuido de nossos governos faz com documentos que são relatos da
história de Portugal e, portanto, da do Brasil.
Há quem diga que nos países mais civilizados não há ministério da Cultura. Isso não é bem assim. Podem não ter esse nome, podem ter sido batizados com outros nomes, mas não é isso o que importa.
Vamos começar pelo país que criou a instituição ministério da Cultura: foi a França, durante o governo De Gaulle e sob os auspícios de um dos maiores intelectuais de seu tempo, André Malraux, que a batizou de Ministério da Cultura e da Comunicação.
Há quem diga que nos países mais civilizados não há ministério da Cultura. Isso não é bem assim. Podem não ter esse nome, podem ter sido batizados com outros nomes, mas não é isso o que importa.
Vamos começar pelo país que criou a instituição ministério da Cultura: foi a França, durante o governo De Gaulle e sob os auspícios de um dos maiores intelectuais de seu tempo, André Malraux, que a batizou de Ministério da Cultura e da Comunicação.
Devemos nos lembrar que a França, saída de uma guerra terrível,
precisava, urgentemente, restaurar seu acervo cultural e foi essa a
principal preocupação do ministro: que as municipalidades dos diversos
departamentos da França recuperassem seus museus, teatros, bibliotecas e
escolas dramáticas e de música. E assim foi feito.
Mas não ficou só nisso: com o tempo, as estações de rádio e os canais de TV estatais também vieram a receber subsídios do ministério da Cultura. A televisão, hoje em dia, é a maior diversão dos franceses. Os programas de suas estações não dão traço: sua audiência é fantástica.
O cinema francês, que tantas obras-primas deu ao mundo, não depende apenas de dinheiro público, como o nosso. Basta ter paciência e ao fim de um filme francês, prestar atenção à longa lista de créditos para compreender como por lá a história é bem diferente.
Na Inglaterra, não há um ministério da Cultura. O que lá existe é um Departamento de Cultura, Mídia e Esporte. Quem estiver interessado que leia tudo que o British Film Institute faz pelo cinema inglês: http://www.bfi.org.uk
Mas não ficou só nisso: com o tempo, as estações de rádio e os canais de TV estatais também vieram a receber subsídios do ministério da Cultura. A televisão, hoje em dia, é a maior diversão dos franceses. Os programas de suas estações não dão traço: sua audiência é fantástica.
O cinema francês, que tantas obras-primas deu ao mundo, não depende apenas de dinheiro público, como o nosso. Basta ter paciência e ao fim de um filme francês, prestar atenção à longa lista de créditos para compreender como por lá a história é bem diferente.
Na Inglaterra, não há um ministério da Cultura. O que lá existe é um Departamento de Cultura, Mídia e Esporte. Quem estiver interessado que leia tudo que o British Film Institute faz pelo cinema inglês: http://www.bfi.org.uk
Na Alemanha, são os Institutos Goethe que há mais de 60 anos estimulam o
diálogo da cultura alemã com parceiros ao redor do mundo. Trabalhando
em conjunto com institutos culturais dos países que hospedam um Goethe
Institut, são os cursos de língua e cultura germânicas que acabam por
financiar, em conjunto com o Ministério do Exterior Alemão, a
possibilidade da exibição de filmes, festivais de música e de teatro,
orquestras, óperas, museus e a conservação de monumentos que dão vida às
cidades alemãs.
Nesses países do hemisfério norte, assim como nos EUA, além do governo, são instituições e investidores privados que promovem a cultura nacional. A bilheteria paga os impostos e retribui com lucro a aposta dos investidores. Perguntem ao Woody Allen ou ao Martin Scorsese quem os financia...
Nesses países do hemisfério norte, assim como nos EUA, além do governo, são instituições e investidores privados que promovem a cultura nacional. A bilheteria paga os impostos e retribui com lucro a aposta dos investidores. Perguntem ao Woody Allen ou ao Martin Scorsese quem os financia...
Aqui, a cantoria é outra. Aqui, o Ministério da Cultura arca com os
custos e a bilheteria, bem, essa só Deus sabe de quem é. Como disse José
Nêumanne em seu artigo de 18 de maio para o Estadão, “a
pasta [da Cultura] foi sempre usada para uma ação entre amigos, à nossa
custa. Lula e Dilma a aparelharam para servir ao PT e à indústria
fonográfica. E a usaram para tungar direitos de nossos autores e
aumentar os lucros das multinacionais da cultura e de artistas nativos
que se beneficiam da “bolsa show”, sob as bênçãos de Xangô e do Senhor
do Bonfim. Enquanto as traças devoram a Biblioteca Nacional e os museus
sob sua égide se tornam inaptos para visitas públicas”.
Da minha parte, votos de muita força ao Secretário Nacional de Cultura, Marcelo Calero.
extraídaderota2014blogspot
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