por Jayme Eduardo Machado.
Foi tarde quando percebemos que servíamos de experimento ao “pensamento mágico” difundido pelos arautos da adaptação bolivarianista do socialismo do Século 21. Nada além da réplica de um modelo fora de linha enjambrado com o material reciclado do muro de Berlin - parece que ideologias que ficam velhinhas lá fora, encontram aqui o derradeiro asilo - . Enfim, pensar bem, mas executar mal, sem aprender com o tempo, é traço nosso.
Pois agora mesmo já constatamos que a alternativa resultante da estranha decisão que garantiu à presidente afastada a possibilidade de conspirar contra o governo interino na sua própria Casa, também é falsa. Pensaram bem os que apoiaram a saída de quem participou até ser devorada no ritual autofágico da corrupção. Mas pensou mal quem imaginou pudéssemos ser salvos pelo núcleo duro dos ex-condôminos do Planalto. Se acham essa verdade frágil, é só porque nem eu nem você gostaríamos de ouvi-la. Mas, na real, estamos trocando a parte de um governo devedor de honestidade e eficiência que tarde afastamos – outubro de 2014 era o limite – pela outra dos então fiadores do caos que juntos provocaram.
Mas ainda há um repertório de “pensamentos mágicos” em que apostar. Em uma dentre as centenas de gavetas emperradas no STF, guarda-se há mais de 20 anos o processo que se relaciona com uma bem-vinda emenda parlamentarista. E há outra, no TSE que, se aberta, será capaz de cassar a “chapa do presidencialismo de coalizão”. Como se percebe, ainda há mágicas em que acreditar, mas o diabo é a desconfiança nos mágicos.
extraídadepuggina.org
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