Carlos Chagas
Ficou claro que a chave de sua alforria estava no sucesso de enfraquecer as investigações a respeito das falcatruas praticadas. Numa palavra: demonstrar que para livrarem-se todos das condenações, melhor abafar os efeitos daquilo que ia sendo apurado. Interromper o acerto de contas. Se possível, até, dar as investigações como concluídas. Interromper as apurações da Polícia Federal, do Ministério Público e da Receita Federal.
Durante as tentativas, algum gênio concluiu que a solução seria o impeachment de Dilma. Só livrando-se “da mulher” a Operação Lava Jato minguaria, poupando boa parte dos envolvidos.
DENUNCIANDO O “GOLPE”
Logo os partidários de Dilma perceberam o objetivo. Alertados, puseram a boca no trombone, denunciando “o golpe”. Não conseguiram evitar o impeachment, evidência de que eram profundas as raízes da corrupção, mas não adiantou. Prevaleceu a natureza das coisas, todos os que emprestaram sua atuação para essa estratégia estão sendo flagrados, como o infeliz ex-ministro Romero Jucá. Outros virão, senadores ou não. Fracassou a tentativa de calar a Operação Lava Jato. As investigações prosseguem e até alimentam a defesa dos que pretendem fazer de Dilma Rousseff a grande vítima da roubalheira.
Não fracassou, ao menos por enquanto, o esforço para devolver o poder para Madame. O Congresso ficaria pior ainda caso, nos próximos 180 dias, faltassem senadores para a condenação definitiva da presidenta.
Enquanto isso, Michel Temer tenta salvar o que restou dos escombros da última crise. Busca convencer a opinião pública da excelência de suas iniciativas para tirar o país do atoleiro. Se conseguirá ou não, melhor aguardar o fim da semana. Faria bem se colocasse nas portas e janelas do palácio do Planalto uma placa com o aviso: “Fechado para Balanço”…
extraídadetribunadainternet
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