Carolina Brígido O Globo
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou de volta ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o segundo pedido de abertura de inquérito contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Diante de defesa prévia apresentada pelo tucano, Gilmar quer que Janot informe se considera mesmo necessário levar adiante as apurações. São alvos do mesmo pedido de abertura de inquérito o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB) e o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP).
Esse tipo de procedimento é pouco comum no tribunal. Há duas semanas, Gilmar fez o mesmo no primeiro pedido de abertura de inquérito contra Aécio. Um dia depois de ter autorizado o início das investigações, o ministro mandou paralisar tudo e pediu um parecer de Janot sobre a necessidade das apurações.
O procurador-geral ainda não enviou resposta em nenhum dos casos.
RURAL E FURNAS
O segundo pedido de abertura de inquérito contra Aécio trata de camuflagem em dados do Banco Rural com o objetivo de esconder operações financeiras do mensalão mineiro. Na defesa prévia apresentada, a defesa de Aécio argumenta que não há elementos mínimos para justificar a instauração de um inquérito.
O primeiro pedido de inquérito contra Aécio é sobre o suposto pagamento de propina de contratos de Furnas para o tucano. As duas frentes de investigação iniciaram a partir da delação premiada do ex-senador Delcídio Amaral (sem partido-MS). O senador nega qualquer envolvimento com os dois casos.
Sobre o mensalão mineiro, Delcídio disse que Paes, então secretário-geral do PSDB, foi um dos operadores da maquiagem dos dados do Banco Rural. Esses dados seriam enviados à CPI dos Correios, que investigou o mensalão e tinha Delcídio como presidente.
extraídadetribunadainternet
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