por José Anibal Com Blog do Noblat - O Globo
Dá vontade de dizer fora FMI. O Fundo está aumentando a projeção de
crescimento negativo da economia brasileira. De menos 1,0% para menos
3,5% neste ano de 2016. Para 2017, de mais 2,3% para 0,0% (zero). Mas,
desgraçadamente, o FMI tem razão. Duro imaginar a devastação desta
notícia para os milhões de desempregados de 2015. Para eles, a procura
de uma recolocação se esfarinha. E os milhões de trabalhadores que
perderão seus empregos em 2016?
“Onde realmente pega e dói, e vai continuar doendo, é o desemprego. Uma
coisa é apertar o cinto. Isso todo mundo faz. Outra coisa é perder a
renda, a condição e os meios de vida. Desemprego é isso”. Análise do
economista Eduardo Giannetti no Estadão/Economia (17/01) sobre o cenário
para o país.
A Petrobras, infelizmente “alinhada” ao desastre Dilma/Lula/PT, vale
hoje 14,5% do que valia em 2008. Perdeu inacreditáveis R$ 436 bilhões em
valor de mercado e deve R$ 500 bilhões. Dilma controla a empresa desde
2003. Devia se envergonhar pelo feito de arruinar uma das maiores
petroleiras do mundo. Hoje, a Petrobras está queimando ativos –
Transpetro, Braskem, BR Distribuidora – e é quem mais desemprega no
Brasil. No delirante projeto do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro
(Comperj), 35 mil trabalhadores foram colocados na rua. Na roubalheira,
segundo a Procuradoria-Geral, apenas o PP desviou R$ 358 milhões de 2006
a 2014 na Petrobras. Quanto desviaram o PT e aliados? Má gestão,
corrupção, nacionalismo velhaco e cínico dilapidam a Petrobras.
Dilma, em mais uma patética manifestação na entrevista de 15/01, diz que
não se afasta o chefe do Executivo apenas por “não simpatizar” com ele.
É conhecida a dificuldade de se expressar da presidente. Um estado de
confusão mental que a levou a lamentar a impossibilidade de armazenar
ventos. Devia acrescentar lamento pela impossibilidade de armazenar
caráter, compostura, honestidade, por oposição ao cinismo, à desfaçatez,
à plácida convivência com a corrupção e à precipitação do país no caos,
desgoverno e depressão, marcas indeléveis de sua gestão.
Os crimes cometidos por Dilma não se resumem às pedaladas, à destruição
do setor de energia, à corrupção generalizada e tantos outros. É o
conjunto da obra. No entanto, o pior crime, aquele em que de algum modo
todos seremos cúmplices, é o de contemplar a continuação do seu governo.
O que será o Brasil com Dilma ao final de 2016? E em 2017? O que falta
acontecer para que o Parlamento se movimente não para ser cúmplice de um
moribundo, mas para decidir sobre o impeachment? Que história é essa de
que algo de novo tem que aparecer para motivar os representantes do
povo? Quantos milhões mais de desempregados? O impeachment é instrumento
legítimo de interrupção de mandato. Está na Constituição. Quem se
manifesta contra, independentemente das motivações, quer esconder o sol
com a peneira. O Brasil não pode se acovardar diante do cenário que
temos hoje e todo dia fica pior.
As lideranças políticas, destacadamente as da oposição, têm o desafio e a
obrigação de se comunicar mais e melhor com a sociedade. Sintonizar com
o Brasil real, que sofre com o país à deriva. É urgente recuperar a
confiança e a credibilidade numa ação a favor do Brasil. O ponto de
partida: é possível com Dilma e o que ela representa? Não. O petismo
esgotou todo seu arsenal de má-gestão e corrupção, bonanças
insustentáveis a custos insuportáveis, uma aventura que nos faz
retroceder décadas de conquistas com enormes prejuízos para o povo
brasileiro. Dilma está reclusa no seu Palácio. Sua interlocução e ação
concentra-se em mais transgressões para ter sobrevida. O Brasil não
merece isso.
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