Com Blog do Felipe Moura Brasil - Veja
Lula investigado! Veja as malandragens no tríplex e no sítio do ex-presidente
1) Os custos dos favores
A OAS gastou 777 mil reais na reforma do tríplex de Lula no Guarujá, de acordo com o engenheiro Armando Dagre.
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A Odebrecht gastou 500 mil reais – só em materiais para obras – na reforma do sítio de Lula em Atibaia, de acordo com a fornecedora Patrícia Fabiana Melo Nunes.
Duas empreiteiras que tinham contratos com o governo e participaram do esquema de corrupção da Petrobras, portanto, gastaram pelo menos 1 milhão e 277 mil reais em supostos favores pessoais para agradar ao ex-presidente da República.
Lula e sua mulher, Marisa Letícia, serão interrogados pela primeira vez
como investigados no dia 17 de fevereiro, no caso do tríplex. É cada vez
mais provável que o caso do sítio tome o mesmo rumo.
Ambos são gravíssimos e podem enterrar de vez a carreira política de
Lula, apesar das tentativas dos envolvidos de esconder seu nome como
beneficiário das reformas.
2) A orientação de silêncio
Tudo foi feito na moita.
O zelador do condomínio Solaris disse que um funcionário da OAS lhe
pediu para não dizer que o tríplex era de Lula, mas sim da
empreiteira. José Afonso Pinheiro, no entanto, relatou ter visto Lula
duas vezes no condomínio na época da reforma – uma delas com Marisa, que
chegou a indagar “sobre o salão de festas, piscina, áreas comuns”.
Ele afirmou que os seguranças de Lula prendiam o elevador enquanto a
família estava acomodada no tríplex, o que gerava reclamações dos demais
moradores. A porteira Letícia Eduarda Rodrigues também relatou ter
visto Lula no prédio: “entrou, subiu até o apartamento 164-A e foi
embora”.
Nenhum petista até agora chamou o zelador e a porteira de ‘golpistas’,
mas talvez ainda chamem o engenheiro Dagre, que cuidou das obras. Ele
disse ao Jornal Nacional que “estava reunido com um representante da OAS
quando Marisa adentrou o apartamento 164-A com Fábio, filho de Lula, um
engenheiro da OAS e o dono da construtora, Léo Pinheiro”, depois
condenado a 16 anos de prisão por envolvimento no petrolão.
Já os funcionários da obra no Sítio Santa Bárbara eram proibidos de
falar com os operários contratados informalmente na região e orientados a
não fazer perguntas. Os operários se revezavam em turnos de dia e de
noite, incluindo os fins de semana, e eram pagos em dinheiro vivo.
O ditado popular diz que em boca fechada não entra mosquito, mas, como
admitiu a própria Dilma Rousseff sobre o vírus da zika: “Estamos
perdendo a luta contra o mosquito”. Pois é.
3) Os ‘laranjas’?
O tríplex de Lula está registrado em nome da OAS, mas a Polícia Federal o
incluiu no rol dos imóveis com “alto grau de suspeita quanto à sua real
titularidade” sob investigação na Operação Triplo X, 22ª fase da Lava
Jato. O ‘X’ da Triplo X, claro, é Lula.
O sítio de Lula está no nome dos empresários Jonas Suassuna e Fernando
Bittar – ambos sócios de Fábio Luís da Silva, o Lulinha, filho do
ex-presidente que ficou milionário após o pai chegar ao poder.
Suassuna e Bittar compraram o sítio em agosto de 2010, quatro meses
antes de Lula deixar o cargo, pelo valor de 1,5 milhão de reais.
4) Os ‘mimos’
O tríplex de 267 metros quadrados foi reformado com acabamentos de
primeira linha, teve a piscina refeita, ganhou elevador privativo e
arranjos florais pagos pela OAS, mas está abandonado desde que virou
alvo de investigações do Ministério Público, como mostrou VEJA em imagens inéditas.
O elevador privativo de Lula, pago por uma empreiteira do petrolão, é o maior símbolo de como petista sobe na vida.
No sítio de Atibaia, as antigas moradias foram reduzidas aos pilares
estruturais e completamente refeitas, um pavilhão foi erguido, a piscina
foi ampliada e servida de uma área para a churrasqueira. Também há um
lago artificial para pescaria, um dos esportes preferidos do
ex-presidente, com dois tanques de peixes interligados por uma cascata.
Em 9 de setembro de 1992, a matéria da VEJA “As Floridas Cachoeiras da
Corrupção” informava o povo sobre o suntuoso jardim de marajá que o
então presidente Fernando Collor de Mello havia construído para si mesmo
na famigerada Casa da Dinda, com suas “cascatas e fontes luminosas”,
como escreveria anos depois Carlos Heitor Cony.
A cascata de Lula é o maior símbolo de como o petista lutou pelo
impeachment de Collor para obter vantagens semelhantes em seu lugar.
5) Promotor desmonta defesa
No caso do tríplex, a defesa do ex-presidente “argumentou” que ele nunca
foi dono do apartamento, mas somente proprietário de cotas de um
projeto da Bancoop, a Cooperativa do Sindicato dos Bancários de São
Paulo que se tornou insolvente e transferiu imóveis inacabados para a
OAS (graças a um pedido de Lula a Léo Pinheiro, como revelou VEJA).
Este “argumento” foi devidamente refutado pelo promotor de Justiça José Carlos Blat, do Ministério Público de SP:
“A Bancoop não é um consórcio. A Bancoop, ela oferecia unidades
habitacionais. Todos, sem exceção, compraram apartamentos ou casas e, ao
longo do tempo, pagaram as prestações devidas à Bancoop, que colocou um
sobrepreço indevido, ilegal. Então, todas as pessoas que compraram da
Bancoop compraram coisas concretas, ou seja, unidades habitacionais,
apartamentos e casas. Não existem cotas da Bancoop”,disse Blat ao Jornal Nacional.
O que existe é o Bolsa-tríplex que a OAS deu a Lula.
6) A tripla malandragem petista
Como o único “argumento” de defesa caiu, Lula recorre a uma tripla
malandragem contra a Operação Triplo X e demais fases da Lava Jato:
processar jornalistas, “questionar a legitimidade do juiz Sergio Moro
para conduzir o processo da Bancoop” e dizer-se a viva alma mais honesta
do país.
Lula é mesmo uma alma Solaris.
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