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Especialistas já falam em implodir os
elefantes brancos 'padrão Fifa' para poupar dinheiro público; mesmo os 4
estádios "com dono" passam por dificuldades financeiras decorrentes da
falta de planejamento
por implicante
Um ano e meio após a Copa do Mundo, o “legado” do evento são 8
estádios abandonados. Grande parte das obras de mobilidade urbana
ficaram no papel – algumas foram apagadas
até mesmo do projeto. As “arenas multiuso” superfaturadas que
revitalizariam regiões e trariam desenvolvimento ao entorno viraram
enormes elefantes brancos.
A Gazeta do Povo
foi ouvir especialistas em marketing esportivo para saber o que fazer
com campos como os de Manaus, Brasília, Cuiabá e Natal, que não possuem
time na primeira divisão nacional (algumas nem na segundona) e são
geridos pelo poder público com custo de manutenção altíssimo. Um dos
especialistas ouvidos foi enfático: a solução seria derrubar todos eles.
“Esses estádios foram construídos sem ter sido feito um
planejamento operacional. Pensaram apenas em construir arenas multiuso.
Mas como operar? O que fazer com esses espaços? Nunca foi pensado. É sem
dúvida alguma a principal falha”
André Pugliesi - a Gazeta do Povo
Passada a euforia pela realização da Copa do Mundo no
Brasil, o ano de 2015 confirmou o que já se previa antes mesmo de
seleções e craques pisarem os gramados. Dos 12 estádios erguidos para o
Mundial de 2014 no país, oito deles se tornaram elefantes brancos de concreto e aço. Obras que explodiram seus orçamentos, possuem custo elevado de
manutenção e, embora tenham sido elaborados como espaços multiuso,
apresentam pouca utilidade para o futebol e a população da cidade. São
símbolos de projetos mal planejados, desorganização e, consequentemente,
desperdício de dinheiro. As sete praças esportivas podem ser divididas em duas categorias.
Casos mais graves: Estádio Nacional (Brasília), Arena Pantanal (Cuiabá) e
Arena Amazônia (Manaus). E casos graves: Maracanã (Rio de Janeiro),
Arena das Dunas (Natal), Arena Pernambuco (Recife), Fonte Nova
(Salvador) e Castelão (Fortaleza).
Os políticos que
avalizaram esses estádios [Brasília, Cuiabá e Manaus] deveriam vir a
público e falar em implodir todos eles. Pensando em longo prazo, seria
mais barato do que arcar com a manutenção. Agora, é claro que ninguém
quer assumir esse desgaste político Amir Somoggi, consultor de marketing e gestão esportiva
Em comum entre os “elefantes”, o fato de não terem um “dono
histórico”, como ocorre com os outros quatro estádios que foram sede da
Copa. São eles Arena da Baixada (Atlético), Itaquerão (Corinthians),
Beira-Rio (Internacional) e Mineirão (Cruzeiro) – grupo que também
enfrenta, em menor escala, dificuldades financeiras. Somente em 2015, os três mais problemáticos – estádios de Brasília,
Cuiabá e Manaus – deram prejuízo multimilionário. As três construções
são públicas, estão localizadas em centros de nenhuma tradição no
futebol nacional e torraram aproximadamente R$ 18,2 milhões a mais do
que arrecadaram ao longo do ano. “Os políticos que avalizaram esses estádios deveriam vir a público e
falar em implodir todos eles. Pensando em longo prazo, seria mais barato
do que arcar com a manutenção. Agora, é claro que ninguém quer assumir
esse desgaste político”, comenta Amir Somoggi, consultor de marketing e
gestão esportiva. De acordo com Somoggi, é inviável reverter o caso dos três: “Não há
um modelo de negócio possível para gerir esses estádios adequadamente.
Não há sequer futebol local, organização esportiva. Nenhum plano, nada
pode amenizar o que é gasto. A África do Sul [sede da Copa de 2010]
assumiu o prejuízo e até hoje está pagando”.
Esses estádios
[Maracanã, Arena das Dunas, Arena Pernambuco, Fonte Nova e Castelão]
foram construídos sem ter sido feito um planejamento operacional.
Pensaram apenas em construir arenas multiuso. Mas como operar? O que
fazer com esses espaços? Nunca foi pensado. É sem dúvida alguma a
principal falha Andressa Rufino, especialista em marketing e autora do livro Arena Multiuso – um novo campo de negócios
Os outros cinco “elefantes” são menores. Maracanã, Arena das Dunas,
Arena Pernambuco, Fonte Nova e Castelão também são deficitários e
apresentam problemas sérios de gestão – com os consórcios, clubes etc.
Mas são estádios que, com vontade política e ação de profissionais, têm
chances de reverter o cenário atual.
“Esses estádios foram construídos sem ter sido feito um planejamento
operacional. Pensaram apenas em construir arenas multiuso. Mas como
operar? O que fazer com esses espaços? Nunca foi pensado. É sem dúvida
alguma a principal falha”, aponta Andressa Rufino, autora do livro Arena Multiuso – um novo campo de negócios. Para a especialista em marketing esportivo, a solução mais simples é
apelar para a iniciativa privada. “Não é o ideal, mas é o caminho mais
lógico. Entregar para profissionais que conheçam o mercado, que saibam
projetar não apenas um calendário de eventos, mas a viabilidade da
própria arena, sem imediatismo”, sugere Andressa. Veja os números financeiros de 2015 dos três estádios mais
problemáticos erguidos para a Copa do Mundo. No total, prejuízo de R$
18,2 milhões:
1) Estádio Nacional, em Brasília
Custo da obra:
R$ 1,4 bilhão
Manutenção:
R$ 7,2 milhões
Arrecadação:
R$ 1,6 milhão
Prejuízo:
R$ 5,6 milhões A praça esportiva na capital federal foi a mais cara da Copa do Mundo
de 2014, custou mais cerca de R$ 1,4 bilhão. Sem futebol local forte, o
governo local luta para minimizar os prejuízos de operação e planeja
ceder para a iniciativa privada o espaço que receberá eventos da
Olimpíada 2016. “Fui contra a construção do estádio, mas esse discurso já venceu.
Precisamos agora encontrar alternativas para uma operação estável”,
afirma Jaime Recene, secretário de Turismo do Distrito Federal, pasta
responsável pela gestão do estádio. No início de 2015, o governo transferiu três secretarias (Economia,
Desenvolvimento Humano e Social e de Esporte e Lazer) para as
dependências do Mané Garrincha, nome anterior do lugar. A manobra poupou
R$ 14 milhões ao longo do ano. “Considerando jogos e eventos, o estádio é deficitário. Mas estamos
buscando reforçar o calendário de eventos e trazer mais partidas.
Realizamos 60 atrações em 2015 e o objetivo é aumentar esse número”, diz
Recena.
2) Arena Amazônia, em Manaus
Custo da obra:
R$ 650 milhões
Manutenção:
R$ 9,3 milhões
Arrecadação:
R$ 719 mil
Prejuízo:
R$, 8,6 milhões A sede da Copa do Mundo no Amazonas recebeu em 2015 apenas nove
eventos. Foram sete partidas e duas atrações culturais, que ocorreram na
parte externa da praça esportiva. Aproveitamento ruim que o governo do
estado pretende minimizar em 2016. “Enfrentamos um cenário difícil do país. Mas estamos planejando para
equacionar todas as questões da melhor forma possível. Queremos trazer
mais atrações para a arena, visando diminuir os prejuízos”, conta
Ricardo Marrocos, secretário-executivo da Secretaria de Estado da
Juventude, Desporto e Lazer (Sejel). Da mesma forma que Brasília, Manaus será sede de jogos de futebol da
Olimpíada 2016, com sede principal no Rio de Janeiro. Participação que
implicará em novos gastos. Além disso, o Comitê Olímpico não oferece
nenhum tipo de “aluguel” pelo espaço. “A contrapartida está no turismo. E isso é um trunfo que nós temos,
por ser um estádio na Amazônia. Pretendemos capitalizar ainda mais e
atrair as pessoas e amistosos de outros times para a arena”, comenta
Marrocos.
3) Arena Pantanal, em Cuiabá
Custo da obra:
R$ 676 milhões
Manutenção:
R$ 7,2 milhões
Arrecadação:
R$ 3,2 milhões
Prejuízo:
R$ 4 milhões Dos três estádios localizados em praças de pouca representatividade
no futebol, a Arena Pantanal é o que teve mais utilização em 2015.
Recebeu 160 eventos, mas, mesmo assim, acumulou prejuízo de cerca de R$ 4
milhões. A alternativa encontrada pelo governo do Mato Grosso foi assumir
integralmente as despesas para ver o local ocupado constantemente. Por
exemplo, não cobrar aluguel dos clubes do estado para atuar na praça
esportiva. “Fizemos uma parceria com o governo. Conseguimos reduzir muito o
custo de operação do estádio, e utilizar apenas alguns setores, para
minimizar o impacto da utilização”, diz João Carlos de Oliveira,
presidente da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF). Em 2015 foram jogadas 68 partidas na Arena Pantanal, do Campeonato
Estadual, das quatro divisões do Brasileiro e da Copa Verde. O custo com
a abertura do estádio para partidas locais é de cerca de R$ 8 mil. O entorno do estádio serve ainda como espaço de lazer para a
população, com a prática de corrida, caminhada, pista de bicicleta e
skate. Atrações culturais também são realizadas no espaço, sem a
cobrança de ingressos
Como profissional, trabalhei como apresentador, repórter, redator, produtor, diretor de jornalismo em várias emissoras de rádio - Rádio Difusora de Pirassununga, Rádio Cultura de Santos e São Vicente, Rádio Capital de Brasília, Rádio Alvorada de Brasília, Sistema Globo de Rádio/DF, Rádio Manchete FM/DF, Rádio Planalto de Brasília e 105 FM DF e Rádio Cultura de Brasília. Fui Professor de Radiojornalismo no CEUB. Funcionário concursado da Secretaria de Saúde do Distrito Federal requisitado pelo TCDF até me aposentar em fevereiro ultimo. Também trabalhei, nos anos 70 no jornal O Movimento de Pirassununga.
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