por Percival Puggina.
No último dia 20, o ex-presidente reuniu-se com blogueiros amigos na
sede do Instituto Lula. Blogueiros amigos são aqueles regiamente
remunerados pela sociedade brasileira para promoverem a defesa do
governo em seus blogs e sites. Não conheço a todos, mas os que conheço
têm vultoso patrocínio do governo, de seu partido e de empresas estatais
(em alguns casos esses patrocínio já alcança, ao longo dos anos, a casa
dos sete dígitos). Creio que só isso deveria ser considerado suficiente
para estabelecer um clima pouco propício a jactância e brincadeiras.
Opinião a soldo? Sei não. Durante esse encontro, sentindo-se
mais protegido pela gratidão dos circunstantes, Lula queixou-se da
perseguição que alega estar sofrendo. Logo ele, alma sem jaça, cristal
sem trinca, sendo mal falado e tendo seus negócios como objeto de
investigações e especulações. Quem o ouve pode ser levado a crer que
montou um governo e formou maioria parlamentar para si e para sua
sucessora entre a mais nobre elite da política nacional. Até parece que
entre os bons, buscou os melhores. Não é mesmo, Celso Daniel? Lula
parece esquecer que após 13 anos no poder, seu partido e seus defensores
estão constrangidos a se medirem com a régua que usavam para aferir
seus adversários. E não conseguem ser muito otimistas. É uma linha de
defesa que lembra o Tavares, aquele personagem canalha criado por Chico
Anísio: "Sou, mas quem não é?".
O excesso de auto-estima de Lula é
muito bem representado por frases como a que proferiu em 8 de abril de
2005, após a missa celebrada durante o funeral de João Paulo II.
Inquirido por jornalista se havia confessado para poder comungar, o
então presidente de primeiro mandato saiu-se com esta: "Sou um homem sem
pecados". O escândalo do mensalão viria a público 36 dias depois.
Pois eis que, agora, durante o encontro com a fagueira comunidade de
seus blogueiros, o ex-presidente, subiu o tom da gabolice e disparou:
"Se tem uma coisa que eu me orgulho, neste país, é que não tem uma viva
alma mais honesta do que eu. Nem dentro da Polícia Federal, nem dentro
do Ministério Público, nem dentro da Igreja Católica, nem dentro da
Igreja Evangélica. Pode ter igual, mas mais do que eu, duvido."
Pensando sobre a distância que medeia entre essa frase e a vida pessoal,
familiar e política de Lula, sou levado a suspeitar de que nosso
messias de Garanhuns, o santo, o imaculado, está preparando caminho para
ser declarado inimputável por problemas mentais. Convenhamos, Lula!
extraídadepuggina.org
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