ROBERTO MONTEIRO PINHO -
O
protesto programado para o dia 16 de agosto (domingo) teve efeito
devastador. Não apenas pelo resultado as adesões, e sim por ser detonado
em plena crise econômica e política pela qual atravessa o Brasil, se
tornando um combustível para incendiar as manifestações contrárias ao
governo da presidente Dilma Rousseff e ao PT.
Lembrando
que em 15 de março, quando cerca de 1 milhão de brasileiros (números do
G1 750 mil) saíram às ruas pela primeira vez, falava-se em previsões de
um cenário negativo. Em que pese a ironia dos petistas (poucos, e a
maioria militância paga, personagens manjados da CUT e do MST e
servidores comissionados), não desmanchou o que se esperava.
AFINAL NÃO QUEREM PERDER A BOQUINHA...
Decorridos
sete meses de um segundo governo Dilma/PT, Lula-lá e aliados, as
previsões não só se converteram em realidade – com a queda de
indicadores econômicos, o avanço da Operação Lava jato e a contestação
de contas da presidente nos tribunais – como alimentam o discurso de
quem depõe contra o governo.
A
dimensão real dos protestos de domingo ainda é desconhecida. A
publicidade estatal calou a boca da mídia adesista. O fato é que hoje o
dinheiro sumiu do bolso do trabalhador, a classe média entrou em agonia,
e o desemprego avançou.
A
inflação acumulada dos últimos 12 meses saltou de 8,12%, em março, para
9,55%, em julho, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). O Banco Central (BC) aumentou a taxa básica de juros
(Selic) de 12,75% para 14,25%. O número de desempregados cresceu no
país e, segundo o IBGE, a taxa de desocupação passou de 6,2%, em março,
para 6,9%, em julho.
Avaliando
um volume pesado de textos sobre o evento de domingo, dá para sentir
que o “foco” da manifestação, é o impeachment da presidente Dilma,
passando pela redução do número de ministérios, e a moralização do
Congresso brasileiro.
O
povo, sem saúde, educação, moradia e sem emprego, quer e vai protestar,
e acredito seja uma enorme manifestação, maior do que a que
presenciamos em julho de 2013.
Um
dos principais Movimentos envolvidos na mobilização popular o Movimento
Brasil Livre (MBL) que tem seu terreno na capital mineira, avalia que
ao menos 2 milhões de brasileiros protestaram nas cidades brasileiras.
Para
os que ainda acreditam que a estabilidade política, é sinônimo de
pacificação social e a pressão popular só atrapalha. Neste caso,
avalia-se que em nenhum momento, os que praticaram este genocídio
corrupto contra o estado, com as cores do PT, PMDB e outras siglas
alugadas (denominadas base) ditas “voltadas para o bem estar da nação”,
convence.
Cabe
decifrar o resultado desalentador da última pesquisa, onde o governo
Dilma tem 93% de rejeição e o Congresso 12%. Hoje se o número recuperar
meio por cento, Dilma festejará. Em outros tempos, jamais teria
imaginado tamanha solidão com a comunidade.
Diria que o grito de 2013: “Vocês não nos representam”, tinha sua profunda e incontestável razão de ser...
extraídadatribunadaimprensaonline
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