Pedro do Coutto
No caso, os cidadãos se sentem frustrados e confusos com a corrupção no governo e a incapacidade do Executivo em atender suas reivindicações vitais. Que são muitas. Uma delas, na visão analítica de Rabaça, a desintegração dos conceitos de honestidade e moralidade política, convergindo para o declínio na qualidade de vida.
A presidente da República deve reconhecer que esses problemas existem e atacá-los de frente. Caso contrário, não teremos um governo responsável, assinalou também. Enfrentá-los frontalmente, agora digo eu, é tomar a iniciativa de dissipar a névoa que permanece entre o poder público e, por exemplo, os bandos de ladrões que durante vários anos assaltaram escandalosamente a Petrobrás abalando, além do governo, a economia nacional.
COOPTAÇÃO
Agora mesmo, também na edição de segunda-feira, mas na Folha de São Paulo, foi publicada reportagem de Graciliano Rocha, revelando bastidores da cooptação de funcionários de destaque da Petrobrás, especialmente pela Odebrecht, no sentido de projetar às alturas o sobrepreço de obras cujo valor atingia a escala de bilhões de reais, as vezes de dólares. Claro. Pois para pagar as propinas que pagavam o conjunto de empreiteiras teria que inflar fortemente os preços. Lucravam muito com isso. O pagamento da conta era remetido para o endereço da população brasileira, como os governos Lula e Dilma poderiam ignorar tal processo que se estendeu por mais de uma década?
Neste ponto se encontra a principal lacuna das duas administrações. Por tal motivo é que falta conteúdo para o encaminhamento de soluções proposta por Carlos Alberto Rabaça, cujo artigo, por isso mesmo, adquire uma importância enorme, somente igual à oportunidade do momento em que vivemos. Para ir ao encontro da opinião pública, não basta usar verbas de publicidade institucional. Em matéria de comunicação política e social não funciona. Não adianta nada. O meio nem sempre é a mensagem.
INTERESSE SOCIAL
Na verdade, o meio pode ser a mensagem quando esta se revestir de forte conteúdo de interesse social. A comunicação na verdade, posso afirmar depois de 60 anos de jornalismo, resulta da combinação entre o piloto e o carro da Fórmula Um. Ou entre o entrosamento entre o jóquei e o cavalo. Um fator não pode apresentar resultado positivo sem o outro. Na imprensa, o texto depende do tema, que impulsiona as teclas e desenvolve a emoção do redator. Sem a interação, as palavras transformam-se em pedras de gelo. Tornam-se incapazes de despertar a menor atenção do público a que se destinam. Uma perda de tempo para os governantes, mas uma fonte de lucro para os veiculadores publicitários.
Por todos esses fatores e aspectos, é que destaco com prazer as colocações de seu autor, mas teorema da verdade e do realismo político. Chega de axiomas vazios. A sociedade brasileira prefere a verdade à fantasia. Assim não fosse, a popularidade de Dilma Rousseff não teria declinado como declinou.
EXTRAÍDADATRIBUNADAINTERNET
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