MIRANDA SÁ
Dostoievski: “A mentira é o único privilégio do homem sobre todos os outros animais”
Fiódor Mikhailovich Dostoiévski é, em minha opinião, um dos maiores
romancistas de todos os tempos… E antes que algum extremista de direita
venha reclamar porque é russo, adianto-lhe que morreu em 1881, muito
antes da revolução de 1917, e que não conheceu Lênin e muito menos
Stálin…
Minha admiração por Dostoiévski vem da mais tenra juventude, quando
me encantei lendo “Crime e Castigo”, passando a ler tudo o que escreveu e
que tive às mãos. Entretanto, ele entra neste artigo não apenas pela
epígrafe, mas por que eu senti a necessidade de contestá-lo; não
concordo que mentir seja um privilégio do homem.
Também não creio que os animais não mintam; falta-lhes o dom de
falar, é certo, mas enganam com camuflagens, disfarces, e se escondem,
nem sempre como defesa, mas para o ataque…
A diferença entre os seres ditos racionais e irracionais é que o
animal usa o logro para a sobrevivência, enquanto o homem mente rompendo
com os padrões sociais, desrespeita a moral e a ética, e comete pecado
condenado pelas religiões monoteístas, budismo, judaísmo, cristianismo e
islamismo.
A mentira tem dezenas de sinônimos; mas é como falsidade, que diz a
que vem. A mentira aguça as contradições ideológicas e os conflitos
políticos em proveito de uma facção ou de um partido.
Os nazistas, com sua amoralidade, cultuaram a mentira: é conhecida a
ordem do ministro da Propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, para os
agitadores do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães: “É
mais fácil fazer as pessoas acreditarem numa grande mentira dita muitas
vezes, do que numa pequena verdade dita apenas uma vez”.
Goebbels deixou uma célebre frase, seguida pelos marqueteiros de todo
mundo: “A mentira quanto mais vezes repetida, mas se aproxima da
verdade”. Esta imoralidade fez o professor de jornalismo M. Choukas
ensinar que “admitamos que um propagandista minta mesmo quando diz a
verdade…”
No Hemisfério Ocidental, pedagogos de várias tendências concordam que
se deve ensinar às crianças que não se deve mentir; e em alguns países
asiáticos a mentira é punida cortando-se a língua do mentiroso; na
África, mais propriamente em Zanzibar, é condenado à pena de morte.
Falando de mentira, chegamos ao execrável peleguismo que ocupa o
poder no Brasil. É sabido que desde a primeira eleição de Lula da Silva
que a bandeira da impostura foi desfraldada e o brasão da má fé foi
instituído. À sombra, fez-se uma lavagem cerebral em indivíduos fracos,
recriando o culto da personalidade e transformando o Partido dos
Trabalhadores numa seita intolerante.
Tive um colega jornalista que adentrava na redação e antes de dizer
‘bom dia’, perguntava: “Qual é a ‘mentirex’ do dia?” A má imprensa e a
má política usam a mentira como ferramenta de trabalho… No PT-governo é
oficial. A Presidente da República divulga sempre o avesso da verdade. A
sua própria imagem é uma ilusão construída pelo marketing. E gosta de
mentir quando está fora do País para não ouvir o repúdio popular em
forma de panelaços…
Gandhi ensinou que “assim como uma gota de veneno compromete um balde
inteiro, acontece com a mentira entre os homens”. É o que ocorre sob a
administração petista contaminada pela fraude e a corrupção.
Mas a sabedoria popular no Brasil nos entusiasma com o provérbio: ”É
mais fácil pegar um mentiroso do que um coxo!” Não vai durar muito o
‘privilégio’ de Dilma em mentir impunemente; acredito que a Justiça
dar-lhe-á o castigo pelo crime que comete contra a nossa Pátria.
extraídadatribunadaimprensaonline
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