Carlos Chagas
Entre denúncias de pedaladas e com suas contas podendo ser recusadas, mais a declaração de guerra do presidente da Câmara e a má vontade do presidente do Senado, a presidente Dilma enfrenta outro obstáculo de vulto para trilhar o caminho da governabilidade. A CUT promove na próxima terça-feira manifestação contra a política do ministro Joaquim Levy, defronte ao ministério da Fazenda, em Brasília. E com a participação do PT, mesmo sem o seu presidente, Rui Falcão e suas bancadas no Congresso. Bastarão umas tantas bandeiras vermelhas, no entanto, para caracterizar a dissidência.
CUT e PT são irmãos-gêmeos, já formaram a mais sólida base de apoio dos governos Lula e Dilma. Se até eles vão para a rua protestar contra Madame e seu articulador econômico, sobra o quê para confirmar os números da mais recente pesquisa de opinião, da CNT, que põe a administração petista no fundo do poço?
Numa evidência de que o palácio do Planalto tentará desmontar a manifestação, ressalte-se que a maior rede de televisão do país, respaldada pelo seu jornal impresso, simplesmente ignorou a pesquisa. Coisas que a vã filosofia do jornalismo não consegue explicar, pois os demais veículos da mídia divulgaram mais essa queda na popularidade dos detentores do poder.
Prevê-se para agosto nova presença do povo nas ruas, na linha dos protestos verificados desde 2013, sempre em ritmo crescente. Panelaços e sem dúvida multidões demonstrando ao vivo aquilo que as tomadas de opinião não escondem, serão precedidas pela ação conjunta da CUT e do PT. Por que, então, o boicote parcial à pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes?
OBJETIVO OCULTO?
Bobo, Eduardo Cunha não é. Tem demonstrado sua esperteza ao conduzir os trabalhos da Câmara desde o começo do ano. Assim, sua inusitada beligerância contra o governo Dilma, que chocou e despertou críticas em seu próprio partido, estará encobrindo algum objetivo. Não basta o rompimento de relações com o Executivo ser seguido pela instalação das CPIs do BNDES e dos fundos de pensão. Tem mais coisa encoberta nas intenções do deputado. Alguma surpresa desagradável para o palácio do Planalto…
OS IDOS DE AGOSTO
Só para ficarmos nos tempos modernos, em agosto suicidou-se o presidente Getúlio Vargas. Anos depois, renunciou o presidente Jânio Quadros. Em seguida o presidente Costa e Silva ficou impossibilitado de continuar governando, atingido pela doença. A presidente Dilma tem motivos para temer o mês que os romanos dedicaram ao Imperador Augusto.
EXTRAÍDADATRIBUNADAINTERNET
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