por Vinícius Mota Folha de São Paulo
A Petrobras jogou no lixo R$ 2,8 bilhões que gastara apenas nos passos
iniciais, como terraplenagem e projetos, de duas refinarias, no Ceará e
no Maranhão. Esse é um pedaço pequeno, embora visível, da dilapidação de
crédito e capital praticada nos anos loucos do desenvolvimentismo de
Lula e Dilma.
As cifras se multiplicam, pois a recidiva do dirigismo estatal, embora
tributária de ideias velhas como o diabo, financiou-se graças ao
arranque dos países exportadores de produtos básicos, numa escala
inédita na história. Nunca antes neste país um governo teve tanto
recurso para brincar de divindade na economia.
Que brote a indústria nacional do petróleo, que ressurja o parque naval,
que venham todas as montadoras de veículos do planeta produzir aqui,
que se crie o maior frigorífico do mundo. Pilhas de capitais e dívidas
foram se acumulando onde o governo tocava com sua varinha mágica.
Agora, os imensos projetos da Petrobras abandonados no Nordeste, as
cidades-fantasma dos estaleiros que empregavam milhares de pessoas, as
linhas de montagem de carros ociosas e as obras públicas inconclusas
transformaram-se nas ruínas daquele devaneio de poder.
Os investimentos arruinados não vão gerar as receitas que ajudariam a
saldar as dívidas contratadas para financiá-los. A conta será dividida,
por vários caminhos, entre os 200 milhões de brasileiros e será paga à
custa da renda e do emprego.
Ruínas podem servir de alerta contra a repetição dos equívocos que as
produziram. Daqui a alguns anos, se algum governante em transe de
potência puser-se a definir os eleitos para receber investimentos, o
trauma do último experimento estará vivo para impedir a reincidência?
É preciso inscrever logo nas instituições o que o tempo tende a apagar
dos escombros desse desastre. Governo demiurgo nunca mais.
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