Daniel Haidar - Veja
Entidade aponta queda de 9% na quantidade de trabalhadores empregados na indústria automotiva, mas diz que demissões recentes foram "pontuais"
O ano de 2015 começou com 800 demissões na Volkswagen e 260 na
Mercedes-Benz, o que motivou preocupações sobre o início de uma crise na
indústria automotiva. O cenário negativo foi confirmado pela divulgação
nesta quinta-feira de que a produção de veículos caiu 15,3% no ano
passado, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos
Automotores (Anfavea). Foram produzidos 3,146 milhões de veículos no
ano passado, o menor patamar desde 2009. Mesmo assim, o presidente da
instituição, Luiz Moan Júnior, exalou otimismo na apresentação das
projeções da entidade para este ano. O executivo disse que os
desligamentos foram “casos pontuais” e descartou “demissões iminentes”.
“O que está acontecendo é um processo de negociação individual. Por
parte das demais associadas, não tenho nenhuma informação de que tenha
um processo iminente de demissão”, afirmou Moan na apresentação das
estatísticas sobre a indústria automotiva em dezembro.
A mensagem do executivo difere do comportamento do mercado de trabalho
do setor em 2014. A venda de veículos novos, medida pela quantidade de
licenciamentos, caiu 7,1% em 2014, para 3,498 milhões de unidades. E o
ano terminou com queda de 9% na quantidade de pessoas empregadas na
indústria automotiva. O efetivo caiu de 158.733 pessoas em dezembro de
2013 para 144.623 trabalhadores no fim do ano passado. De acordo com o
presidente da Anfavea, as demissões não geram preocupação, porque foram
acertadas por programas de demissão voluntária, eram previstas com o
encerramento de contratos temporários ou acordos sindicais para ajuste
de pessoal.
O cenário de otimismo da Anfavea é baseado na expectativa de que diminua
a venda de veículos importados com o dólar mais caro e de que continue
em expansão o financiamento de veículos, facilitado por uma legislação
mais favorável para a retomada de carros de clientes inadimplentes. A
entidade projeta um crescimento de 0,5% a 0,9% do Produto Interno Bruto
(PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) em 2015 e uma
expansão ainda maior da produção da indústria automotiva, de 4,1%. “Não
estamos sendo otimistas. Acho até extremamente conservador”, afirmou
Moan.
A expectativa de recuperação parcial da produção, no entanto, embute uma
projeção de que as vendas de veículos continuem em 3,498 milhões, mesmo
montante registrado em 2014, de acordo com as projeções da Anfavea. Mas
a entidade projeta crescimento de 1% nas exportações neste ano, depois
de uma queda de 41% no ano passado.
fonte rota2014
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